Depois de cair quase 5% no ano passado em decorrência da crise econômica, o consumo de frango e suínos mostra leve recuperação. De acordo com o balanço 2017 divulgado na manhã desta quarta-feira pela Associação Brasileira de Proteína Animal, o consumo de frango deve fechar o ano com crescimento de 1,8%, passando de 41,1 quilos per capita/ano para 42 quilos per capita ano. No caso dos suínos o crescimento projetado é de 1,7%, passando de 14,4 para 14,7 quilos per capita/ano.

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A produção de frango no país crescerá 1,2%, passando de 12,9 milhões de toneladas para 13 milhões de toneladas. As exportações, de 4,3 milhões de toneladas, devem cair 1,4% em volume. Mas terão crescimento em faturamento, já que houve crescimento de 6,9% até novembro.

Em Santa Catarina, por exemplo, a exportação de frango de janeiro a novembro foi de 896 mil toneladas, com queda de 1,8%. Mas o faturamento, de US$ 1,6 bilhão, é 7,9% superior.

A produção de suínos no país deve fechar com crescimento de 0,7%, atingindo 3,75 milhões de toneladas. A exportação terá queda de 5,4% em volume, com 693 milhões de toneladas. Mas também com aumento no faturamento, que foi de 9,8% até novembro.

A exportação de suínos de Santa Catarina caiu 0,29% em volume, com 254,1 mil toneladas, mas aumentou 14% em faturamento, com US$ 590 milhões. 

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O presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, lembrou que o setor viveu o impacto dos equívocos da Operação Carne Fraca no primeiro semestre, com 77 países aplicando algum tipo de sanção às carnes de aves e suínos. Destes apenas três ainda mantém bloqueio total às exportações: Santa Lúcia, Trinidad e Tobago e Zimbábue. Isso impactou na redução dos volumes de exportações.

Para 2018 a expectativa é de crescimento de 2 a 4% na produção de frango e de 1 a 3% nas exportações, com recuperação de embarques para União Européia, Oriente Médio e China, habilitação de novas plantas para a China e abertura do mercado de Taiwan, El Salvador e República Dominicana.

No setor de suínos a previsão de crescimento de 2 a 3% na produção e de 4 a 5% no volume de exportações. Há perspectiva de retomada do mercado russo, que é o principal comprador, e que suspendeu as compras neste mês.

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Ricardo Gouvêa, destacou também a previsão do início dos embarques de Santa Catarina para a Coreia do Sul.

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– As empresas já estão negociando com os compradores da Coreia do Sul, estamos tentando o México, que está difícil, e também houve a reabertura das Filipinas, que é um dos dez maiores compradores, no mercado interno esperamos uma recuperação pois já tivemos uma pequena reação mas que aponta uma tendência – afirmou Gouvêa.

Algumas agroindústrias, como Aurora a JBS, já investiram em 2017 para aumentar sua produção entre 2017 e 2018.

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