Os abates de aves em Capinzal foram retomados nesta quarta-feira, após um mês de férias coletivas. Cercam de 3,5 mil trabalhadores voltaram às suas funções. Mas a operação ainda está cerca de 20% abaixo da capacidade máxima, que é de 430 mil aves dias. O abate inicial é de 360 mil animais/dia. O reflexo consequência dos dez dias da greve dos caminhoneiros.
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É que nesse período alguns animais engordaram mais do que o padrão e outros ficaram com peso abaixo do padrão, o que acaba deixando a linha de produção mais lenta. Em Concórdia a BRF também havia retomado na semana passada os abates com 40 mil frangos a menos dos que os 280 mil diários. Em Ipumirim a JBS também reiniciou com cerca de 90 mil aves/dia, quando o normal era 130 mil aves por dia.
O avicultor Fernando Rossa, de Capinzal, já está com os aviários parado há três meses. Ele e sua família possuem 29 aviários. Primeiro eles ficaram vazios devido ao embargo europeu a 20 frigoríficos brasileiros, anunciado em abril. Depois o alojamento dos pintinhos atrasou devido à greve dos caminhoneiros.
– Temos previsão de alojamento na granja de ovos para o dia nove deste mês e, no dia 18, começa o alojamento nos aviários de frangos. Pelo menos a empresa bancou o custo nesse período e agora acreditamos que as coisas vão alinhar novamente, pois recomeçaram os abates – disse Rossa.
A Associação Brasileira de Proteína Animal estima os prejuízos em R$ 3,1 bilhões com a greve e, o diretor-executivo da Associação Catarinense de Avicultura e do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne), Ricardo Gouvêa, estima as perdas em R$ 400 milhões em Santa Catarina, somente no campo.
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