Não é de hoje que o Litoral de Santa Catarina é um oásis para os investidores. O mercado imobiliário local passou incólume às crises das últimas décadas e cresce de forma consistente – um investimento seguro e com garantia de rentabilidade que desperta o interesse dentro e fora do país. Esse movimento de oferta e procura criou uma indústria da construção civil especializada e eficiente, e um mercado em constante expansão.
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Do ponto de vista econômico, os apartamentos são um bom negócio para os empreendedores, para os investidores e para as cidades, que passaram a lucrar mais com impostos. Do ponto de vista paisagístico e ambiental, o modelo muitas vezes é controverso.
Balneário Camboriú é um ícone desse movimento – o sucesso da construção civil na cidade impulsionou um crescimento fora da curva e virou modelo para municípios no entorno. A profusão de construtoras com alguma ousadia no DNA e um plano diretor permissivo criou um paredão de concreto à beira-mar que levou o pequeno município de 150 mil habitantes a figurar no topo do ranking das cidades com o metro quadrado mais caro do Brasil. E também a tornou um dos municípios mais ricos de SC, com um dos melhores IDHs do país.
Balneário Camboriú é a cidade com metro quadrado mais caro do país após superar São Paulo
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O exemplo de Balneário Camboriú fez da verticalização um ponto em comum e desejado entre as principais praias da região e além. De Barra Velha a Bombinhas, passando por Balneário Piçarras, Navegantes, Itajaí, Itapema e Porto Belo, o modelo de ocupação tem se repetido à exaustão, com as tradicionais casas de veraneio sendo substituídas pelos edifícios, condomínios verticais e seus home clubs.
Se não há lei para autorizar os arranha-céus sem limites como os de Balneário Camboriú, há disposição das prefeituras para conceder solo criado e outros instrumentos que flexibilizam a altura – e aumentam a rentabilidade das construções.
Em Itajaí, o Ministério Público Federal (MPF) precisou intervir e propor acordo para frear o crescimento dos edifícios para o alto na Praia Brava, que começa a apagar o sol. Em diversas cidades na região, as discussões sobre o Plano Diretor se tornaram uma disputa por novos espaços para comportar a demanda de investimentos.
Itapema é a cidade com maior valorização do metro quadrado no Brasil em um ano
Transformado em galinha dos ovos de ouro, o Litoral sente as consequências do crescimento – em geral mal planejado. Falta de mobilidade urbana, falta de saneamento. Mas, para além dessa discussão sobre ônus e bônus, há algo a se observar: as praias de Santa Catarina estão ficando todas iguais. Do ponto de vista do turismo, talvez não seja um bom negócio.
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