A Câmara de Vereadores de Içara, no Sul do Estado, enviou um ofício à Netflix para que retire do catálogo seu maior sucesso de todos os tempos: a série sul-coreana Round 6, que já foi assistida por mais de 100 milhões de assinantes em todo o mundo. No documento, os parlamentares alegam que a série pode ter impacto sobre a saúde mental de crianças e adolescentes por misturar brincadeiras infantis com cenas de tortura e violência.
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O ofício para que a Netflix retire do ar sua galinha dos ovos de ouro é resultado de um requerimento do vereador Edson Freitas, que foi aprovado pelos demais parlamentares. O Legislativo de Içara já havia aprovado uma outra proposta do vereador sobre o tema, menos ousada e mais factível – em uma indicação à prefeitura, ele pediu um alerta às escolas municipais sobre o conteúdo da série.
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Outras cidades no Estado, como Itajaí, já tiveram manifestações semelhantes no Legislativo e algumas escolas fizeram orientações aos pais. Esse tipo de preocupação tem surgido também em outros estados, com recomendações pontuais para que os responsáveis estejam atentos ao que as crianças acessam na plataforma de streaming.
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Ao que consta, no entanto, o pedido para exclusão da série, como foi feito pela Câmara de Içara, é inédito – o que soa incoerente diante da oferta infinita de produtos direcionados a adultos (e portanto impróprios para crianças) que estão disponíveis nas redes. Se os vereadores de Içara decidirem ir à caça de qualquer produção que contenha violência e sexo, faltará tempo para legislar.
Não é para crianças
A série em questão mostra adultos em uma competição de vida ou morte por dinheiro, que envolve jogos infantis tradicionais coreanos. Hwang Dong-hyuk, criador de Round 6, disse que queria retratar uma fábula sobre sociedade capitalista moderna e competitiva ao extremo. Evidentemente, não se trata de uma temática infantil – a indicação etária da série é 16 anos.
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O próprio criador disse recentemente, em entrevista ao jornal O Globo, que a série não é para crianças.
– Não estou em nenhuma rede social, então nem pensei na possibilidade de crianças assistirem por essas mídias. Essa obra não é para elas. Estou perplexo que crianças estejam vendo.
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