Neste mês completam três anos desde que a Caixa Econômica Federal se tornou dona de todos os terrenos da Praia de Taquarinhas, a última praia deserta de Balneário Camboriú. Desde então, o banco já tentou leiloar os terrenos, sem sucesso, e recebeu pedidos formais de doação ou comodato da área para que seja transformada em parque natural. Até agora, não decidiu o que fazer.

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Em e-mail à coluna, a assessoria de comunicação da Caixa informou que “a destinação do imóvel ainda está sob a análise das áreas técnicas”. O posicionamento tem sido basicamente o mesmo há pelo menos dois anos, o que indica que o processo não progrediu – ou caminhou pouco.

Dona da última praia intocada de Balneário Camboriú, Caixa ainda não sabe o que fazer com terrenos

Os seis lotes pertenciam à Taquarinhas Investimentos e Participações, empresa ligada a uma construtora do Paraná que pretendia erguer um resort no local. Os terrenos integram a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa Brava e, por isso, eram alvo de discussões judiciais. Com o projeto engavetado, a construtora entregou os lotes como garantia de um empréstimo que contraiu na Caixa, e que foi formalizado em Curitiba (PR). A empresa não pagou o que devia, e as terras foram tomadas pelo banco.

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O envio dos imóveis para leilão é praxe em casos de alienação fiduciária, como é chamado esse tipo de transação. Foi o que ocorreu com os terrenos de Taquarinhas. Em 2019, os lotes foram oferecidos com lance mínimo de R$ 87,7 milhões e despertou o interesse de alguns investidores – internacionais, inclusive. Mas, diante da falta de viabilidade para construir no local, não recebeu nenhuma proposta.

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Até hoje, soa estranho por que o banco aceitou como garantia de um empréstimo terrenos que não tinham liquidez de mercado, com restrições ambientais e envolvidos em impasses judiciais. O fato é que os lotes foram incorporados ao patrimônio da Caixa Econômica Federal, que nunca mais colocou os imóveis à venda nem se manifestou oficialmente sobre os pedidos de doação dos terrenos para transformar a área em parque ambiental.

São duas propostas em andamento: uma da prefeitura de Balneário Camboriú, e outra via Alesc. O deputado estadual Ivan Naatz (PL), que é autor de um projeto de lei para tornar a Taquarinhas um parque estadual, disse que foi discutida com o banco a possibilidade de uma cessão dos terrenos por 20 anos, prorrogáveis por igual período. A Caixa já fez esse tipo de comodato com o Parque das Artes, em São Paulo (SP), por exemplo, e poderia repetir a experiência em SC.

Enquanto a decisão não vem, Taquarinhas vem sendo descoberta pelos turistas. Ainda intocada, é cada vez menos uma praia deserta.

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