A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi a primeira instituição de ensino pública a aderir à força-tarefa para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, um dos temas de destaque na última reunião do G20, que ocorreu este mês no Rio de Janeiro. As Universidades Federal de Goiás e do Rio Grande do Sul também participam da iniciativa, representando instituições científicas com solidez institucional para ajudarem no enfrentamento ao problema.

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A especialista em direito ambiental, internacional e econômico, professora Cristiane Derani, foi convidada pelo Ministério do Desenvolvimento Social a integrar um grupo de especialistas na questão da alimentação e do combate à fome no mundo. A partir daí, a proposta foi que a UFSC aderisse à iniciativa, tendo em conta a expertise em agricultura, sustentabilidade e em biotecnologia.

O reitor Irineu Manoel de Souza assinou formalmente a Declaração de Compromisso para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, comprometendo-se com questões como a implementação de políticas domésticas, cooperação e apoio em políticas públicas e apoio ao conhecimento, área em que se situa como instituição científica de referência.

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– Isso fez com que a UFSC se tornasse a primeira universidade pública a aderir oficialmente a esse grupo de especialistas técnicos para dar suporte ao pacto assinado pelo G20, que se baseia em três pilares: financeiro, técnico e político. Nós fazemos parte desse segundo pilar – explica Derani.

– Trabalho com a segurança alimentar, a continuidade da produção de alimentos no mundo, dentro de um quadro de restauração ecológica e de conservação do meio ambiente, incluindo a proteção da biodiversidade e do clima – completa.

Recentemente, a professora publicou o artigo Sustainable Global Food System, pela Springer Nature, em que discute a meta de acabar com a fome até 2030 apresentada em resolução da Organização das Nações Unidas (ONU). No texto, ela argumenta, entre outras coisas, que a decisão sobre o que, onde, como e para quem produzir “deve estar vinculada a premissas ecológicas para uma justiça ecológica, que é a base da justiça social, econômica e alimentar”.

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No texto, a professora também destaca que a transformação do sistema alimentar global tem de ser planejada desde a semente até ao mercado e dos produtores aos consumidores, respeitando suas especificidades culturais. “O sistema alimentar tem que considerar a justiça entre produtores, os direitos do consumidor e a regulamentação comercial”, avalia.

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De acordo com a pesquisadora, as próximas etapas de trabalho envolvem reuniões de um grupo de trabalho composto pela UFSC, a UFG e UFRGS.

– A partir disso nós vamos entrar em contato com os outros especialistas. A ideia é agrupar os pesquisadores de uma forma multidisciplinar para trabalhar auxiliando o pacto da Aliança Global Contra a Fome – afirma.

A Força-tarefa para Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa proposta pela presidência brasileira do G20, terá como objetivo estabelecer um esforço global para angariar recursos e conhecimentos para a implementação de políticas públicas e tecnologias sociais comprovadamente eficazes para a redução da fome e da pobreza no mundo. A adesão à Aliança Global estará aberta não somente aos membros do G20, mas a todos os países interessados.