O feriado de sol e calor terminou em filas quilométricas no trânsito entre Bombinhas e Porto Belo. No início da noite, motoristas já contabilizavam sete horas no congestionamento, sem conseguir chegar à BR-101. O roteiro, que se repete todo verão, marca o início de mais uma temporada com muita demanda turística e pouca infraestrutura num dos melhores destinos de Santa Catarina.
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Ao longo do dia foram diversos relatos nas redes sociais de pessoas que tentavam, sem sucesso, deixar Bombinhas. No início da noite, falei com um turista gaúcho que saiu de Mariscal às 12h30min, e não tinha conseguido sequer chegar à vizinha Porto Belo.
Ao que tudo indica, o desvio pelo Morro de Zimbros, que está sendo pavimentado – e, em tese, deveria aliviar o tráfego na via principal – acaba fazendo com que motoristas “furem a fila” sem querer na chegada a Porto Belo, onde desemboca o atalho. O que provoca um gargalo ainda maior.
Turistas relatam mais de sete horas na fila para sair de Bombinhas nesta feriado – https://t.co/OH3Nw818dx pic.twitter.com/Dy4ITfzNhK
— dagmara spautz (@dspautzsc) November 15, 2021Continua depois da publicidade
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O impasse não prejudica apenas o fluxo turístico. O prefeito de Porto Belo, Emerson Stein (MDB), disse à coluna que já suspendeu obras de drenagem que o município precisa executar, para não atrapalhar ainda mais o trânsito nos próximos meses. O comércio da cidade também é prejudicado pelas filas.
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Segundo acesso depende do Estado
É preciso voltar a discutir com urgência o segundo acesso de Bombinhas, inviabilizado por um trabalho mal feito do ponto de vista ambiental por parte do Governo do Estado. Em 2010, a obra foi contestada pelo Ministério Público Federal (MPF) que, em conjunto com o Ibama, identificou fragilidades e grave risco ambiental no projeto. A licença emitida pelo IMA foi considerada viciada por não conter alternativas à proposta original.
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O Estado poderia apostar em um túnel – o que, na avaliação da prefeitura de Porto Belo, não solucionaria o gargalo porque continuaria jogando o trânsito de Bombinhas para a região central da cidade vizinha. Ou, então, propor um traçado alternativo, ligando Bombinhas até a BR-101 sem passar pelo trecho urbano, mas com menor impacto ambiental.
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As prefeituras de Bombinhas e Porto Belo, com o apoio da Associação dos Municípios da Foz do Itajaí-Açu (Amfri), já pediram ao Governo do Estado para que libere a realização de novos estudos ambientais. Mais de uma década desde a contestação judicial do segundo acesso, nada disso foi feito.
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Passar (muitas) horas na fila é um incômodo desfecho para quem escolheu Bombinhas para descansar no feriadão. Em tempos de turismo de experiência, tal incômodo pode ser fatal para um dos lugares mais bonitos de Santa Catarina. Sem solução definitiva, os turistas já sabem que os dias de sol e mar na paradisíaca Bombinhas terminarão, invariavelmente, em fila. E este é um péssimo cartão de visitas.
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