Um mergulhador resgatou nesta quinta-feira (31) uma fêmea de tubarão-martelo na Praia da Sepultura, em Bombinhas, e entregou à fundação municipal do Meio Ambiente (Famab). O animal estava prenhe, com 25 filhotes. A espécie está na "lista vermelha" de peixes ameaçados de extinção.
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Há suspeitas de que o tubarão – um gigante de 211 quilos e quase três metros de comprimento – tenha sido atingido por uma rede de pesca. Como a captura é proibida, teria sido deixado para trás pelos pescadores.
Ao ser levada à areia, a fêmea, já morta, passou a dar à luz os filhotes. Vinte e três animais nasceram na praia. Pessoas que estavam no local tentaram socorrer os pequenos tubarões, mas nenhum deles sobreviveu.

O tubarão e os filhotes foram recolhidos pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, e levados à sede do programa, em Penha, onde passaram por necrópsia. Outros dois filhotes foram encontrados ainda na barriga da mãe.
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O oceanógrafo Jeferson Luis Dick, gerente operacional do Monitoramento, disse que a hipótese mais provável é que os filhotes ainda não estivessem prontos para nascer. Ao se debater, após ter sido capturada, a mãe pode ter provocado um aborto.
Peça de museu
A morte de um tubarão-martelo com os filhotes na costa é rara, por isso os espécimes foram oferecidos ao Museu Oceanográfico da Univali, em Balneário Piçarras, para avaliar a possibilidade de conservar os animais para exposição.
O pesquisador Jules Soto explicou que a mãe já não tinha condições de ser mantida por inteiro, porque estava em avançado estado de decomposição. A equipe do museu tentará manter o esqueleto do animal, usando uma delicada técnica de conservação. Os trabalhos iniciam nesta sexta-feira (1).
Os filhotes foram conservados em formol, e integrarão a coleção científica do museu, que é usada por pesquisadores.
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