A oferta de ozonioterapia com aplicação retal na rede pública de saúde de Itajaí, para tratamento experimental de pacientes com Covid-19, teve adesão de mais de 80 voluntários até agora. Ao todo, 49 pacientes concluíram o tratamento. Os primeiros dados sobre a eficácia começam a ser reunidos em abril.
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O tratamento gerou memes e piadas nas redes sociais em agosto do ano passado, quando foi anunciado pelo prefeito Volnei Morastoni (MDB). Diante da repercussão a prefeitura chegou a adiar o início da oferta de aplicações de ozônio na rede pública, e começou o protocolo sem alarde.
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A pesquisa é conduzida pela Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz), que conseguiu autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para fazer os estudos. De acordo com o presidente da entidade, médico Arnoldo de Souza, há instituições públicas e privadas em outras cinco cidades, além de Itajaí, que aderiram aos testes.
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O protocolo experimental também é aplicado em Araraquara (SP), Campina Grande (PB), Cascavel (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Governador Valadares (MG). A Aboz está em busca de mais parcerias pelo país.
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A pesquisa pretende avaliar se as aplicações por via retal têm algum efeito sobre os pacientes com Covid-19 – por enquanto, não há eficácia comprovada. A técnica, que administra uma mistura de oxigênio e ozônio no corpo por diversas vias, não é consenso na comunidade médica e só tem autorização do Conselho Federal de Medicina para ser aplicada de forma experimental.
Alternativos
O ozônio não foi a primeira aposta da prefeitura de Itajaí em tratamentos alternativos contra a Covid-19. A administração faz distribuição de cânfora, um medicamento homeopático, e da ivermectina, um vermífugo, como medidas de suposta ‘prevenção’. Ambas não têm comprovação de eficácia contra o coronavírus. O município já gastou pelo menos R$ 4,5 milhões para ofertar as duas medicações.
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