O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), comentou nesta sexta-feira (12) que, as investigações da Polícia Federal sobre a espionagem orquestrada pela Abin Paralela no governo Bolsonaro e disse que, “a se confirmar o que aconteceu”, o esquema é digno de “traidores da pátria”. As informações são do repórter da NSC, Juan Todescatt.
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A fala de Pacheco ocorreu durante um painel no 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O presidente do Senado respondeu a um questionamento do repórter Breno Pires, da revista Piauí, sobre como define o esquema descoberto pela PF.
– Em outros tempos já se falou que são aloprados. Eu sempre evito fazer juízo de valor porque acho que isso é próprio do inquérito, do processo. Não quero fazer nenhum pré-julgamento porque prezo por um princípio muito valioso, que tem sido muito mitigado no Brasil, que é a presunção de não culpabilidade. As pessoas têm o direito de se defender. Mas, a se confirmar isso o que aconteceu na Abin, a partir das provas do processo, é realmente algo muito grave e, de fato, se no passado já se falou desse nível de acontecimento com pessoas alopradas, eu refuto que são mais traidores da pátria do que aloprados.
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Questionado pela repórter Sarah Teófilo, do jornal O Globo, se as descobertas não colocam em xeque a atuação da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) – órgão do Congresso Nacional que fiscaliza a Abin, do qual faz parte o senador catarinense Esperidião Amin (PP), Pacheco negou:
– Não imagino que algo no âmbito do poder legislativo, considerando a natureza das informações o sigilo delas, e a clandestinidade do que isso representou, estaria no alcance da CCAI. O que presenciamos foi o uso clandestino e marginal da Abin para poder perseguir pessoas.
A Polícia Federal deflagou na quinta-feira (11) a quarta etapa da operação Última Milha, que investiga a espionagem ilegal na Abin. Entre os presos estão policiais federais que supostamente operavam o sistema de “arapongagem” contra adversários políticos do governo Bolsonaro e jornalistas.