Nascida à esquerda, e recentemente adotada também pela direita, a Tarifa Zero tende a ser uma das grandes pautas das Eleições municipais de 2024. Em SC, seis cidades já adotaram o sistema – Governador Celso Ramos, Forquilhinha, Garopaba, Bombinhas, Balneário Camboriú e Balneário Piçarras – e o ônibus grátis será um ativo de campanha.  

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Não por acaso, o tema começa a ganhar corpo em cidades maiores no Estado. Como publiquei na coluna online, Florianópolis está com a Tarifa Zero em fase avançada de estudos e, se tiver financiamento do governo federal, poderá ser uma das primeiras capitais no país a formalizar o transporte gratuito o ano inteiro. Até agora, nenhuma capital brasileira adotou o sistema. 

O assunto “esquentou” em todo o país. Nesta semana, o deputado paranaense Goura (PDT) esteve na Alesc, a convite do deputado Marquito (PSOL), para falar sobre a viabilidade da Tarifa Zero em Curitiba (PR), que já foi conhecida por ter o transporte público mais eficiente do Brasil, mas a exemplo de outras cidades brasileiras vem perdendo passageiros e qualidade no transporte coletivo. 

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Até mesmo São Paulo, a maior metrópole da América do Sul, já estuda implantar os ônibus gratuitos – o que deve elevar a discussão a um novo patamar.

Marquito compartilhou o exemplo de Garopaba, onde os comerciantes relataram que o movimento aumentou 20% desde a instituição da Tarifa Zero. A cidade de Caucaia, no Ceará, constatou incremento de 30%. São duas razões: a economia do cidadão, que deixa de pagar as passagens de ônibus, e a facilidade de circular pelo comércio. 

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O vereador Afrânio Boppré (PSOL), que levanta a bandeira da Tarifa Zero em Florianópolis, tem um diagnóstico pertinente sobre a urgência da pauta. Diz que, diante dos atuais problemas de mobilidade, as prefeituras terão que adotar o sistema “pelo amor ou pela dor”. Por enquanto, tem prevalecido a “dor” – um transporte coletivo caro e ineficiente, que perde usuários, gerando um ciclo nada virtuoso: com menos passageiros, o transporte público fica mais caro e menos atrativo. 

O principal impasse, por enquanto, são as estratégias de financiamento do serviço. As cidades brasileiras utilizam diferentes modelos que podem servir de exemplo – inclusive em parceria com a iniciativa privada. 

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