As suspeitas de que um jovem de 21 anos tenha morrido, em Florianópolis, por falta de medicamento anestésico apropriado para intubação, serão investigadas em um inquérito pelo Ministério Público de Santa Catarina. A medicação estava em falta durante o ápice do registro de internações por Covid-19 em UTIs no Estado.

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> Deputada relata falta de medicação para intubar pacientes com covid em SC: “Não dá para esperar”

O jovem teria morrido por barotrauma pulmonar, um tipo de lesão causada pelo respirador quando o paciente não está sedado de forma adequada. O óbito ocorreu no dia 15 de julho, no Hospital Florianópolis.

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Dias antes, em 9 de julho, a deputada federal Carmem Zanotto, que é relatora da Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19, se emocionou ao falar em uma reunião do grupo sobre a urgência de medicamentos anestésicos para intubar pacientes com coronavírus em Santa Catarina. Carmen, que é enfermeira, disse que havia hospitais no Estado obrigados a sedar os pacientes com doses menores do que o necessário, por falta de medicação.

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A deputada se emocionou ao fazer o relato. Ela explicou à coluna que, sem a medicação necessária, os pacientes ficam agitados e em grande sofrimento.

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O promotor Luciano Trierweiller Naschenweng, da 33ª Promotoria de Justiça da Capital, decidiu converter a notícia de fato – procedimento inicial – em inquérito depois de ter conversado com os pais do jovem, na quinta-feira (10). Ele requisitou os prontuários médicos dos quatro estabelecimentos de saúde pelos quais o jovem passou até a morte – UPA da Palhoça, Clínica São Lucas, Hospital Regional de São José e Hospital Florianópolis.

Dólar e demanda

Os hospitais tiveram dificuldades em obter anestésicos, que estavam sendo oferecidos por valores até 10 vezes mais altos do que os preços de mercado. A Câmara dos Deputados chegou a abrir apuração para avaliar se houve cobrança excessiva na distribuição dos medicamentos.

Dois motivos foram apontados para a falta de anestésicos no Brasil. O primeiro foi o aumento da demanda – a indústria farmacêutica nacional triplicou a produção, mas a quantidade ainda era insuficiente. Outro problema foi a alta do dólar e do transporte de cargas, que elevou o custo da medicação.

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