A prisão preventiva de um ex-ministro e pastores por suspeita de operar um gabinete paralelo, envolvendo a distribuição de recursos no Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), era o que faltava no roteiro escabroso que tomou conta do Ministério da Educação. As respostas cabem à polícia, que tem a responsabilidade de conduzir as investigações. Mas não é de agora que a educação sob a gestão Bolsonaro tem sido um desastre.
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Passaram pelo Ministério da Educação algumas das figuras mais toscas do governo, algumas delas ligadas ao astrólogo Olavo de Carvalho. A pasta, fundamental para o desenvolvimento do Brasil, tem sido o epicentro da cruzada ideológica do bolsonarismo. Ao invés de perseguir a melhora dos indicadores, buscando equiparar a educação brasileira com a dos países mais avançados do mundo, o que o bolsonarismo persegue são os professores.
A gestão ideológica estrangulou financeiramente universidades e institutos federais, lar da produção científica brasileira. Nos últimos anos, a receita para manutenção e investimentos foi à míngua. A educação superior, de onde deveriam sair soluções, foi convertida em inimiga do governo e dos brasileiros.
O MEC poderia investir no modelo testado e bem-sucedido dos institutos federais, de educação profissional, mas preferiu espalhar escolas cívico-militares – arremedo dos colégios militares de excelência, que herdou deles somente a disciplina. Sem investimento equivalente nem reforma estrutural, o governo ofereceu as mesmas velhas escolas de sempre com roupa nova e corte de cabelo padronizado.
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O Enem foi desmontado, as bolsas de mestrado e doutorado sumiram. Em uma gangorra retórica, enquanto interditou a melhoria de acesso ao ensino remoto durante a pandemia – que poderia ter minimizado o impacto que a Covid-19 trouxe a crianças e adolescentes em idade escolar – o MEC apostou na aprovação do ensino domiciliar.
As suspeitas de propina no Ministério da Educação, envolvendo o FNDE, são de fato um escândalo. Mas, mesmo se confirmadas, terão páreo duro para ocupar o primeiro lugar no pódio do desmonte.
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