Autorizadas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA), as obras de alargamento da faixa de areia da Praia Central terão efeito sobre os um dos pontos mais controversos e polêmicos de Balneário Camboriú: a sombra dos arranha-céus sobre a faixa de areia. Oficialmente, o tempo de sol não foi apontado como motivo para o engordamento da praia. Mas é inegável que ele aumentará depois que a empreitada for concluída e a faixa de areia, triplicada.

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O próprio IMA entrou no assunto durante a concessão das licenças ambientais, embora a prefeitura não tenha colocado o sombreamento como um dos problemas a serem atacados com as obras. A sombra já havia sido comentada pelo órgão na licença ambiental prévia (LAP), que antecedeu o licenciamento definitivo, emitido na semana passada.

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O assunto é tabu em Balneário Camboriú, porque envolve as duas grandes matrizes econômicas da cidade – turismo ‘sol e mar’ e construção civil. O fato é que uma lei de zoneamento permissiva autoriza, há décadas, uma corrida pelas alturas na orla da Praia Central. A cidade tem hoje seis, dos 10 maiores edifícios residenciais da América do Sul, de acordo com o ranking do site Skyscrapercenter, que reúne dados da construção civil em todo o mundo.

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Entre os recordistas de Balneário Camboriú, cinco arranha-céus ultrapassam 200 metros de altura – mais do que dois campos de futebol enfileirados. As duas torres do Yachthouse by Pininfarina, por exemplo, que estão em fase final de construção na Barra Sul, são as duas maiores da América do Sul. Apenas 40 metros mais baixas do que a Torre Eiffel, em Paris.

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Com 81 andares, o Yachthouse será superado em altura pelo Triumph Tower, da construtora FG, que terá mais de 100 pavimentos. A obra está em discussão no Conselho da Cidade, pelo número de apartamentos. Quanto à altura, não há limites.

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Goste-se deles ou não, os arranha-céus fazem parte da paisagem e do modo de vida em Balneário Camboriú. Mas é evidente que os gigantes à beira-mar sombreiam a faixa de areia – e uma boa parte da área de arrebentação também. O resultado é que, por volta das 15h, o sol já sumiu da maior parte da Praia Central.

As obras de alargamento, que custarão R$ 66,8 milhões, devem aumentar a área disponível na faixa de areia, de 25 para 70 metros de largura – o que garantirá mais tempo de sol. A prefeitura argumenta que se trata de uma recomposição do que o mar ‘engoliu’ ao longo das últimas décadas. A expectativa é que a obra torne a cidade mais atrativa para os turistas, e isso movimente a economia.

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Curiosamente, os prédios que sombreiam a praia também erão diretamente beneficiados pelo espaço extra na faixa de areia. Estudos de viabilidade que embasaram o projeto de alargamento preveem uma valorização equivalente a R$ 7 bilhões no mercado imobiliário local, especialmente à beira-mar.

O projeto que será executado em Balneário Camboriú foi entregue em 2017 à prefeitura pelo Instituto +BC, uma organização formada por empresários – a maioria, da construção civil – que pagou pela proposta e fez a doação ao município.

A expectativa é que a mobilização das obras comece em janeiro, e que o alargamento e inicie em março, com a chegada da draga que executará ao serviço.

Como será feito o alargamento
Como será feito o alargamento (Foto: Ben Ami, Arte NSC)

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