Os banhistas que têm aproveitado os ensaios de sol e calor na últimas semanas, ainda em meio ao inverno, têm encontrado a Praia Brava, em Itajaí, com faixa de areia reduzida. O fenômeno é natural e sazonal, durante os períodos mais frios do ano – mas, desde o ciclone no início de agosto, o mar parece não ter recuado.
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A oceanógrafa Daniela Occhialini, que é presidente da Associação de Moradores da Praia Brava, confirma que o mar geralmente avança sobre a faixa de areia no inverno e costuma recuar no verão. Mas os fenômenos extremos, como ciclones, podem intensificar esses processos. A tendência, segundo ela, é que a situação normalize com o passar do tempo.
– No inverno, a condição de mar é mais forte que no verão. Ocorre um processo natural de retirada da areia e depósito logo após a arrebentação das ondas. Depois, quando o mar começa a acalmar, acontece a recolocação dessa areia. Esses bancos, que se formaram lá atrás, são recolocados na linha de costa. É um processo natural, mas obviamente essas situações mais intensas terminam alterando essa condição.
Daniela ressalta que os fenômenos extremos são resultado do aquecimento global, que tem afetado a temperatura dos oceanos, e provocado mudanças no clima. Diante disso, ela lembra da importância da preservação da restinga nas praias de Santa Cataria. Apesar do avanço sazonal do mar, a Praia Brava não registra estragos como outros locais na orla do Estado, justamente porque a restinga consegue evitar a erosão.
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A preservação da restinga não se limita à proteção legal da vegetação, mas também a evitar o sombreamento, que interfere no ciclo de vida.
– Essa condição extrema de ciclones, furacões, vai acontecer com mais frequência nos próximos anos, exatamente porque o oceano fica mais quente, portanto circula mais rápido, ativa a atmosfera, é um ciclo. Dentro dessa condição, a Praia Brava escapou de novo de maiores estragos graças à restinga.
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