O deputado federal Aécio Neves, presidente do Instituto Teotônio Vilela, esteve na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (29) acompanhado do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, para um encontro do partido em que foi tietado pelos tucanos. O “tour” pelos estados faz parte do processo de reestruturação do partido, que em SC é comandado pelo deputado estadual Marcos Vieira.
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Em entrevista à coluna, Aécio criticou a falta de protagonismo do partido nas últimas eleições presidenciais e disse que o PSDB terá candidatos em 2026 – à presidência da República, e ao Governo de Santa Catarina.
O senhor vai acompanhar as eleições municipais em SC?
O PSDB está passando por um processo de reconstrução nacional depois dos equívocos que o próprio partido cometeu. O principal deles, ao não lançar uma candidatura presidencial no ano passado. Nós estamos iniciando o projeto de construção de uma candidatura ao centro. Eu digo sempre que existe vida inteligente entre os extremos. Nós não somos representados pelo lulopetismo. Ao contrário, nós somos oposição ao lulopetismo, mas também não somos afiliados a várias das teses que o bolsonarismo mais radical defende. Então, precisamos dar o Brasil a oportunidade de votar num projeto de centro consistente, do ponto de vista da gestão pública, pragmático, na busca de soluções para os nossos problemas sociais, com a visão externa mais qualificada e pragmática em favor dos interesses do Brasil. Queremos fazer com que a metade da população brasileira, que disse “não” ao Bolsonaro e portanto votou no Lula, ou “não” ao Lula e a portanto votou em Bolsonaro, nós queremos permitir que essas pessoas voltem a votar num projeto que será capitaneado e liderado pelo PSDB.
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Como esse trabalho é feito nacionalmente?
O presidente Marconi Perillo, que recém assumiu a presidência do partido, tem viajado por todo o país. Santa Catarina para nós é um estado estratégico, quando candidato à presidência da república tive aqui cerca de 65% dos votos, o que mostra que há um enraizamento aqui, há uma convergência entre o sentimento do estado e que o PSDB representa. No momento em que o PSDB deixa de ser um ator efetivo no processo eleitoral, grande parte desse eleitorado migra para o bolsonarismo, exatamente pela rejeição que tem ao PT. O que nós temos é que recuperar é esse nosso eleitorado, aqueles que já votaram em Fernando Henrique lá atrás, que votaram conosco em 2014, e nós vamos para isso apoiar várias candidaturas municipais do PSDB às prefeituras, vice-prefeituras, Câmaras de Vereadores, e preparar o terreno para termos uma candidatura majoritária em Santa Catarina em 2026, e à presidência da República.
É possível vencer a polarização?
É o nosso desafio. Mais do que isso, é a nossa obrigação. Eu repito muito que existe vida inteligente entre esses extremos. Não é possível que nós vamos ficar condenados, nossos filhos, nossos netos, a viver eternamente nessa polarização que interessa aos dois polos, eles se retro alimentam. Interessa ao Lula ter o Bolsonaro como adversário e interessa ao Bolsonaro ter o Lula. O PSDB tem a responsabilidade de construir um projeto ao centro, responsável, que permita ao Brasil virar a página do radicalismo, das ofensas mútuas de lado a lado, para entrar no ciclo virtuoso de crescimento e de diminuição das nossas graves situações sociais.
Pode ser o senhor em 2026?
Está muito longe ainda. Eu já tive a minha chance. Se dependesse de Santa Catarina, eu teria vencido e o Brasil seria outro. Infelizmente não venci as eleições e deu no que deu.
Como é a vida em Santa Catarina?
Eu venho muito, tenho dois filhos que moram aqui, minha ex-esposa é de Santa Catarina. É um Estado que quem conhece se apaixona.
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