A recondução de Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD) para a presidência do Legislativo trazem um impasse para Santa Catarina. No Senado, os três representantes catarinenses declararam apoio e voto a Rogério Marinho (PL). O movimento era natural, uma vez que os senadores de SC se colocam na oposição ao governo. Mas pode impactar no nível de prioridade que terão as pautas do Estado.

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Pacheco fez um discurso conciliador, de pacificação – mas também foi duro nas críticas ao bolsonarismo radical e ao questionamento do resultado das eleições, e sinalizou que o Senado vai trabalhar pela punição dos extremistas que invadiram e vandalizaram as sedes dos três poderes em 8 de janeiro.

É um sinal de que a pauta ideológica não estará entre as prioridades do Senado, apesar da guinada à extrema direita que a Casa experimentou nas últimas eleições.

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Na Câmara, a maioria dos deputados de Santa Catarina apoiou a reeleição de Arthur Lira (PP), que conseguiu agregar votos da base do governo e da oposição, alcançando uma votação recorde. No entanto, ainda não está claro se “Lira 2023” será um presidente governista, como foi na era Bolsonaro, ou se está disposto a servir como carrasco de Lula (PT).

Por enquanto, o presidente da Câmara e o presidente da República estão em uma espécie de lua de mel. Lula pediu a aprovação da PEC da Transição, ainda em 2022, e Lira entregou. Em troca, pediu apoio à sua reeleição.

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O teste de fogo para a fidelidade de Lira ao governo ocorrerá agora, quando o Congresso deverá analisar as Medidas Provisórias de Lula. Se estiver inclinado a auxiliar o governo – e o Centrão tem por hábito acompanhar o governo de plantão -as pautas ideológicas também tendem a ser deixadas em segundo plano.

Isso afeta a bancada catarinense, que teve 50% de renovação e adotou um perfil mais ideológico, com a chegada de parlamentares eleitos com pautas caras ao bolsonarismo – e que poderão encontrar dificuldade em emplacar.

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