Uma portaria publicada pela Cidasc marcou um avanço inédito no Brasil para proteção das abelhas. O Estado é o primeiro no país a proibir em definitivo a aplicação foliar (nas folhas) de fipronil, um inseticida de uso veterinário e agrícola que é usado em culturas como a da soja, e que é mortal quando em contato com as colméias.
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Em 2019, o agrotóxico foi apontado como responsável pela morte de mais de 20 milhões de abelhas no Planalto Norte. A perda repercutiu nacionalmente e virou motivo de grande preocupação para os produtores, já que o Estado é o maior exportador de mel do país – e 99% do que é vendido a outros países leva o selo de orgânico.
A restrição ao uso do fipronil era uma bandeira defendida desde então pela Cidasc e pela Epagri. O inseticida apareceu, nos últimos dois anos, em oito casos de mortandade de abelhas investigados pelas equipes técnicas no Estado. Isso apontava para a urgência da medida, mas a experiência do governo indicava que mexer com agrotóxicos era como colocar a mão em um vespeiro. Foi assim quando a Secretaria da Fazenda decidiu taxar os defensivos agrícolas, dois anos atrás.
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O receio dos órgãos do Estado era a resistência dos agricultores à proibição, mas isso não se confirmou. Antes de publicar a portaria que definiu a restrição ao uso foliar do fipronil, a Cidasc avisou as cooperativas e associações de produtores rurais, e não recebeu nenhuma objeção. O produto poderá ser usado em tratamento de sementes, e a aplicação nas folhas passará a ser restrita a outros inseticidas que não prejudicam as abelhas.
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A restrição já é recomendada internacionalmente pela indústria alemã que desenvolveu o inseticida. A mesma medida já foi adotada em outros países, como Uruguai e França, como forma de proteger as populações de abelhas. Para além da produção de mel, as colméias são responsáveis pela polinização de 73% de todas as plantas do planeta – isso significa que sua sobrevida é fundamental para a produção de alimentos. Em Santa Catarina, a saúde das abelhas está diretamente relacionada à produtividade do plantio de maçãs e ameixas. No caso das maçãs, 90% da polinização é feita por elas.
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Além da nova regra para uso do fipronil, o esforço da Cidasc para resolver a mortandade nas colmeias também resultou na estruturação do órgão para atender e investigar casos de mortandade de abelhas. O Estado garantiu recursos para 50 análises de amostras por ano, ate 2024 – número considerado mais que suficiente para as apurações.
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