A confirmação do primeiro caso em SC de Covid-19 causada pela nova variante do coronavírus, conhecida como P.1, não deve levar a novas medidas restritivas. O Estado aposta em rastreamento e isolamento de casos suspeitos para conter a disseminação da variante, que é considerada mais transmissível.

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Desde a confirmação oficial da primeira contaminação pela nova variante P.1, na quinta-feira (11), a coluna ouviu diversas fontes no Estado a respeito de novas restrições. Nenhuma delas indicou a possibilidade de fechamentos de atividades ou controle de entrada em Santa Catarina. O retorno às aulas também não será afetado até segunda ordem.

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A orientação, neste momento, é para que os municípios sigam o mapa de risco e as medidas sugeridas para cada nível de gravidade. Nacionalmente, o Ministério da Saúde não estabeleceu regras sobre como cada estado deveria reagir ao surgimento de casos da nova variante, em relação à circulação de pessoas.

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O entendimento em Santa Catarina é que se trata de um caso isolado, ‘importado’ de Manaus (AM), e não há indícios de transmissão comunitária. Essa hipótese, de transmissão comunitária, indicaria que a mutação já circula em Santa Catarina.

Por enquanto, a orientação do Estado aos municípios é para que identifiquem casos suspeitos e façam o isolamento preventivo, domiciliar ou em hospital. Foi o que ocorreu com o paciente de Joinville, que teve o primeiro caso da variante P.1 identificado em SC. O homem ficou isolado em um hospital, e seus contatos foram rastreados – inclusive no voo em que ele veio de Manaus, em janeiro.

O alerta às companhias aéreas sobre casos da nova variante em voos cabe à Anvisa. É o órgão federal, também, que regula o controle nos aeroportos. Hoje, nenhum dos terminas do Estado faz testagem de passageiros que tenham vindo de áreas onde circulam as novas variantes – além da brasileira, mutações do Reino Unido e da África do Sul também são alvo de preocupação. Devido à variante P.1, viajantes que passaram pelo Brasil estão proibidos de entrar em diversos países da Europa e nos Estados Unidos.

Identificação de casos

A estratégia de contenção da nova variante em SC passa pelo sequenciamento de genoma. Essa testagem tem sido feita entre os pacientes que estiveram nos locais de risco de novas variantes, e também por amostragem. O superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macario, diz que foi estabelecida uma rotina de vigilância genômica para quer o alerta de casos suspeitos seja rápido.

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O país enfrenta um gargalo em relação a esse tipo de testes, porque são poucas as instituições que fazem esse serviço. Os testes suspeitos de SC, por exemplo, são processados nos laboratórios da Fiocruz, no Rio de Janeiro.

Essa dificuldade pode prejudicar a identificação de casos, e favorecer a circulação do vírus. Por isso, o microbiologista Luiz Gustavo de Almeida, PhD pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, ICB-USP, alerta que o Brasil deveria ter atentado para a necessidade de reduzir a circulação de pessoas:

– Não só pelas variantes ou pelo Carnaval, mas pela pandemia em si. Estamos vacinando muito devagar, e com as medidas (restritivas) muito relaxadas. A preocupação deveria incluir a limitação de viagens e fechar fronteiras onde houver muitos casos. Fechar localmente – avalia.

Eduardo Macario diz que o cuidado passa pela conscientização:

– Precisa haver consciência da população sobre uso da máscara, as medidas de prevenção têm que ser um mantra. A função do poder público local é sensibilizar as pessoas e o empresariado, para que se compreenda que não estamos em uma situação confortável.

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