Santa Catarina tem que perder a vergonha de enquadrar os negacionistas

Santa Catarina precisa reconhecer que não é mais possível admitir que o negacionismo boicote qualquer esforço para tentar conter a pandemia. Nesta terça-feira (8), registramos 94 óbitos por Covid-19 e chegamos a mais de 400 mil contaminados. Temos cerca de 30 mil pessoas infectadas no momento, com possibilidade de transmitirem o vírus, e pressão sobre o sistema de saúde, que tem 88% dos leitos de UTI ocupados.

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O cenário é preocupante, e levou entidades como o Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (Simesc) e a Associação Catarinense de Medicina (ACM) a se manifestarem pedindo uma maior fiscalização e o cumprimento das medidas básicas de contenção, como o uso da máscara e o controle das aglomerações.

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Apesar disso, as medidas do Estado para conter o avanço do coronavírus são tímidas. As da maioria das prefeituras, insuficientes. 

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Diante de uma epidemia de negacionismo, Santa Catarina resiste em ‘enquadrar’ quem coloca a própria vida e a dos outros em risco. Os decretos existem, mas muita gente se recusa a colocar a máscara no rosto ao sair de casa, com base em sabe-se lá que teoria da conspiração. 

Outros aglomeram em restaurantes que fazem as vezes de baladas, sem serem importunados pela fiscalização. E tem ainda aqueles que se negam a aferir a temperatura na testa, onde o aparelho realmente consegue captar alguma coisa. Haja paciência.

Essa onda de terraplanismo sanitário ajudou Santa Catarina a mergulhar no descontrole da pandemia. A duas semanas do Natal, corremos o risco de ter que fechar comércios novamente, e é bem possível que a maioria de nós precise abrir mão de passar as festas de fim de ano com a família.

Os irresponsáveis, entre eles CPFs e CNPJs, empurram o Estado para uma pandemia perene, com prejuízos à saúde, à vida, e à economia. Por ignorância, vão acabar provocando novos fechamentos. E todos nós vamos pagar o pato.

Para que fique claro, não estou defendendo pena de prisão para quem descumpre as regras da pandemia. Penso que somos suficientemente civilizados para não chegarmos a tanto. Mas é preciso que nossas autoridades – dos governos aos policiais e guardas municipais – enxerguem o dano que os irresponsáveis estão causando ao Estado, e façam valer as regras que já temos.

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