O clima era de festa na Assembleia Legislativa (Alesc) pela posse dos 40 deputados estaduais nesta quarta-feira (1º). Mas a saída de fininho – à francesa – do governador Jorginho Mello (PL), pouco antes do início da votação, não deixou de chamar atenção.
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O acordo incluindo o PL na composição da Mesa Diretora da Alesc só ocorreu às 8h53min, sete minutos antes de ser confirmado o início da sessão. O deputado Rodrigo Minotto (PDT), pretenso vice, não queria abrir mão do cargo para o PL.
Após o impasse, o deputado estadual Júlio Garcia (PSD) explicou durante a reunião de líderes que não dar espaço para o Executivo seria um mau começo e, por isso, defendeu a composição. Após a manifestação, a maioria cedeu, e Minotto recuou da primeira vice-presidência.
Com o nome de Maurício Eskudlark (PL) confirmado na primeira vice-presidência, a maioria elegeu Mauro de Nadal (MDB) como presidente da Alesc – mas os ajustes expuseram os rachas internos do partido do governador. Ana Campagnolo, que era o nome de Jorginho, e Sargento Lima abriram dissidências entre os partidos.
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Além disso, Nilson Berlanda cobrou seu colega de bancada, no plenário, uma divisão de um ano para cada um na vice-presidência – o que não havia sido discutido com os líderes, apenas entre eles.
Outro sinal de derrota para o governo foi o fato de que o PP, partido parceiro de primeira hora do Executivo, não indicou nenhum cargo para a mesa diretora e não teve acesso a nenhuma comissão importante. Sem espaços, o PP assistiu contrariado o deputado Ivan Naatz (PL) assumir a liderança do governo.
O PSD, que tinha, no acordo, direito a comandar a Comissão Constituição e Justiça (CCJ) – a mais importante do parlamento – abriu espaço para o Podemos. Com o gesto, o PSD ficou sem comissão, mas com uma enorme conta entre o bloco dos 25.
Sinal de que há espaço para o retorno de Júlio Garcia à presidência da Alesc – hipótese que o deputado rechaça, até porque a conversa ainda não existiu. Mas que já reverbera nos corredores do Legislativo.
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