Quarto entrevistado na série de sabatinas do Jornal do Almoço com os candidatos ao Governo do Estado, Jorginho Mello (PL) precisa refinar as explicações sobre de onde pretende retirar o dinheiro para viabilizar suas propostas. Na prática, precisa ajustar expectativas – as promessas – à realidade – o orçamento.
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O candidato apresentou uma série de ideias que demandarão recursos vultuosos. Mas, questionado por Raphael Faraco e Laine Valgas, não respondeu de que forma os caixas estaduais suportariam as medidas que pretende implementar – como a compra de todas as vagas de ensino superior do sistema Acafe, por exemplo, que, segundo o próprio Jorginho, somariam um custo de R$ 2 bilhões ao ano.
Se não for bem explicado, esse tipo de medida soa como solução demagógica. Jorginho também não reconhece que haverá menor arrecadação a partir do ano que vem, o que ocorrerá diante redução de ICMS dos combustíveis e da energia elétrica, e pela provável retração da inflação. Não basta o candidato dizer que fez as contas, é necessário apresentar os números.
Mas seu maior escorregão ocorreu quando, questionado sobre as políticas que pretende implantar para reduzir os índices de violência contra a mulher, Jorginho falou em reaproximar os casais. Os especialistas em segurança pública alertam que é um equívoco insistir no vínculo entre famílias com casos de agressão – e esse erro pode terminar de forma trágica.
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Seu principal acerto talvez tenha sido dizer que se relaciona com ex-presidentes, e que manterá um bom relacionamento com o Palácio do Planalto se for governador, mesmo que o presidente eleito não seja Bolsonaro. Jorginho falou em relação republicana, institucional. Numa resposta, indicou que não pretende isolar o Estado se conquistar o governo, e neutralizou o apoio pretérito a Dilma Rousseff (PT) – seu calcanhar de Aquiles entre os bolsonaristas.