Uma rifa para ajudar a custear uma festa de aniversário, uma farmacêutica apaixonada por animais e uma porquinha recém-nascida. São esses os elementos da inusitada história da leitoa Peppa, em Palhoça, na Grande Florianópolis. Aos 90 dias, ela escapou de virar ceia no Réveillon – e agora está à espera de um novo lar.

Continua depois da publicidade

Peppa veio ao mundo com o destino traçado. Ou assim parecia. A leitoa foi a escolhida pela família de agricultores dona do sítio onde ela nasceu, no interior de Palhoça, como prêmio de uma rifa. A arrecadação era para ajudar a pagar pela festa de aniversário da filha.

A família é cliente da farmacêutica Cris Trautmann, que comprou um número da rifa meses atrás. Descrente da própria sorte, Cris, que até então nunca havia ganhado nada em sorteios, selou naquela noite um novo destino para Peppa.

– Quando cheguei em casa, combinei com meu marido que, caso ganhasse, a porquinha não iria virar comida.

Continua depois da publicidade

Promessa cumprida

O casal faz trabalho voluntário com animais de rua, então o resgate da leitoa seria uma missão a mais. O resultado da rifa veio no dia 28 de dezembro, quando Cris e o marido comemoravam aniversário de casamento.

Surpresa, a farmacêutica manteve a promessa e disse aos agricultores que queria a leitoa viva. Desde então, está em busca de um lar para Peppa – o nome, aliás, foi ela quem deu.

Cris não pode ficar com a porquinha porque mora em apartamento, e a leitoa não é da espécie que costuma ser criada para estimação, que tem tamanho menor. Quando adulta, Peppa poderá chegar perto dos 200 quilos.

Lar temporário

A família dona do sítio onde a porca nasceu concordou em mantê-la por mais algum tempo. Mas não podiam fazê-lo indefinidamente, porque vivem da agricultura familiar e não teriam condições de arcar com os custos de manter um animal que não irá ao abate.

Continua depois da publicidade

No sábado (4), Cris conseguiu lar temporário em um sítio na cidade de Alfredo Wagner, e transferiu Peppa para lá. Mas segue em busca de um espaço definitivo.

Diversas entidades de proteção aos animais publicaram a história da porquinha, e alguns interessados apareceram. Mas a doação ainda não ocorreu. Dois santuários, em São Paulo, que mantêm vivos animais como Peppa, entraram em contato e se ofereceram para ficar com ela. Mas Cris não tem recursos financeiros para o transporte, que é caro.

A farmacêutica e a porquinha seguem em busca de ajuda. Mas quem se dispuser a ficar com Peppa precisará garantir que ela terá uma vida longa, longe das panelas.

– Se chegou a nós, temos uma missão. Não posso salvar todos, mas se fui sorteada, e o prêmio era esse, tenho um dever com ela e quero dar uma vida digna – diz Cris.

Continua depois da publicidade