A Polícia Civil de Santa Catarina descobriu uma “fábrica” de atestados médicos falsos e receitas de medicamentos controlados nesta quarta-feira (13), em Florianópolis, ao cumprir mandado de busca e apreensão na casa de um homem suspeito de ter feito pichações antissemitas e de cunho nazista no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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A operação foi conduzida pela Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC), que apurava o caso desde o início de novembro.
Durante as buscas, foram localizados na casa do suspeito blocos de atestados médicos subtraídos de diferentes hospitais, e também carimbos de diferentes médicos e especialidades – médico da família, oftalmologista, psiquiatra e até neurocirurgião.
Pichação nazista com ameaça de morte a estudante é encontrada em banheiro da UFSC
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Segundo a polícia, o investigado, que estudava enfermagem na UFSC e é descendente de judeus, confessou ter escrito as ameaças e desenhado a suástica no banheiro do Centro de Ciências Sociais numa tentativa de encobrir o esquema de falsificação. Descoberto, ele confirmou aos policiais que nunca sofreu qualquer tipo de ameaça enquanto estudou na universidade.
O delegado Arthur Lopes, que conduziu as investigações, diz que as pichações tinham o objetivo de desviar o foco do esquema de atestados falsos:
– Ele queria criar situação de vulnerabilidade. Estava com medo de que a falsificação fosse revelada, então criou o cenário, e pediu desligamento da universidade.
Ainda de acordo com o delegado, não há indícios de que os atestados e receitas médicas tenham sido utilizados por terceiros. O próprio investigado usava os documentos, tanto para afastamentos quanto para compra de medicamentos controlados – o que ocorria desde 2016, segundo a polícia.
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O então estudante estava na nona fase do curso de Enfermagem, já perto de se formar. Segundo a apuração, ele teria sido confrontado por alguém que descobriu o esquema de falsificação no mesmo dia em que fez as pichações.
De acordo com o delegado, diante dos novos fatos a investigação, que apurava os crimes de ameaça, injúria racial e apologia ao nazismo, mudará de rumo para investigar o esquema de atestados falsos.

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