O saldo da bonita queima de fogos do Réveillon na Praia Central de Balneário Camboriú foi uma montanha de lixo. As equipes de limpeza estavam a postos na madrugada para recolher o que os porcalhões deixaram para trás e entregar uma praia limpa e “usável” para quem chegou pela manhã. Mas as fotos feitas pelas equipes da Ambiental, empresa contratada pela prefeitura que divide o trabalho com a Secretaria de Obras, às quais a coluna teve acesso, mostram o tamanho do desrespeito.
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Parece roteiro repetido de um filme ruim, que não ocorre somente em Balneário Camboriú. Toda virada de ano, uma multidão segue para as praias para brindar o ano novo com votos de saúde, alegria, prosperidade. Na areia, ficam as garrafas, os copos, as embalagens plásticas, os balões e o bom senso.
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Alguém pode argumentar que, em certos lugares, faltam lixeiras. Não é o caso de Balneário Camboriú, onde o número é considerável. Mas, ainda que fosse insuficiente, não seria motivo para despejar lixo na faixa de areia. Trata-se de falta de educação e civilidade, nada mais.
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Para dar conta dos porcalhões, centenas de trabalhadores precisaram deixar suas famílias e trabalhar durante a madrugada no Réveillon em Balneário Camboriú. Só na Ambiental, foram escalados 700 pessoas para a limpeza da praia pós-virada. Como em todos os anos, o serviço foi executado perfeitamente e os banhistas das primeiras horas da manhã encontraram tudo limpo. Mas a montanha de lixo é também uma falta de respeito para com que faz esse trabalho pesado.
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E há o impacto ambiental. Uma parte de toda a sujeira que está no chão vai parar no mar antes de ser recolhida pelas equipes de limpeza. O plástico, por exemplo, é de alto risco para a vida marinha. É comum que tartarugas e aves marinhas sejam resgatadas com o estômago cheio de lixo humano – em muitos casos, morrem por isso.
O meio ambiente está no centro do debate mundial, sabemos dos resultados da nossa inconsequência em relação ao planeta, mas parece que não aprendemos nada. Vestir roupas brancas e pular sete ondas não serão suficientes para garantir um bom ano a uma sociedade que comemora a chegada de 2022 pisando sobre o próprio lixo.
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