Sabe aquelas promessas de ano novo que quase todo mundo faz à meia-noite? Cuidar do próprio lixo poderia ser incluída entre elas. As imagens divulgadas pela prefeitura de Balneário Camboriú, para mostrar o eficiente trabalho de limpeza da praia após o Réveillon, que terminou no início da manhã, são um retrato de que, pelo menos no que diz respeito ao lixo, começamos 2020 carregando os mesmos problemas de sempre.
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É inadmissível que, em um mundo civilizado, a praia seja maltratada dessa maneira. Garrafas de plástico e de vidro – que estavam proibidas, aliás – copos e todo tipo de embalagem ficaram na areia.
Não importa que o Réveillon tenha atraído o número estrondoso de um milhão de pessoas. Praia não é lugar de descarte.
O balanço do recolhimento ainda não saiu. Mas os números empregados pela Ambiental, que presta esse serviço, dão a dimensão do estrago.
Foram usados 16 caminhões na limpeza de seis quilômetros de praia.
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É possível que as lixeiras não tenham dado conta da quantidade de lixo gerado (nunca dão). Mas me pergunto por que, então, as pessoas não pensam em levar o lixo para casa, para fazer o descarte correto.
Em 2020, deveríamos estar falando sobre medidas para reduzir a produção individual de lixo. Menos sacolas plásticas, menos objetos descartáveis, menos consumo. Ao invés disso, ainda precisamos discutir regras básicas de educação e civilidade.
Lembro de uma ilustração que mostra a Terra (redonda), para conscientizar que, do ponto de vista do planeta, não existe jogar lixo "fora". O que você descarta, hoje, terá que ser absorvido de alguma forma.
Ao olhar as imagens de Balneário Camboriú, imagino que, diante de tanto lixo na areia, muito também tenha ido parar no mar. É daí que vêm aquelas cenas lamentáveis, que volta e meia aparecem nas redes sociais, de animais marinhos que sofrem pela interação com o lixo.
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Não adianta comover-se com a tartaruga que engole canudos plásticos e fazer esse papelão da virada do ano.
Se você descarta lixo na praia, saiba que a culpa pela mortandade de animais marinhos também é sua. Se o primeiro retrato de 2020 for a medida para o que esperar do ano novo, começamos muito mal.
