A informação trazida pelo colunista Roberto Alves, de que o Governo de Santa Catarina vai autorizar em decreto a retomada do Campeonato Catarinense em meio à aceleração da pandemia, é espantosa. O Estado deve chegar a mil mortes causadas pelo novo coronavírus nos próximos dias.
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As ligas europeias, por exemplo, só voltaram à ativa quando a curva de casos e óbitos começou a descer. Por aqui, fazemos o movimento contrário – apesar de uma primeira tentativa frustrada, diante de jogadores e membros de equipes técnicas contaminados pelo novo coronavírus.
Executada, a medida será um símbolo da vergonha para Santa Catarina: falta de respeito com as vítimas, descaso com a saúde dos jogadores, irresponsabilidade das autoridades que deveriam zelar pelos catarinenses. Futebol é arte, é paixão, é alegria. Não tem nem clima para ser disputado enquanto a quantidade de mortos não para de crescer.
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A retomada traz um recado torto para a população. O governo diz que a situação é gravíssima (e é), mas autoriza a bola a rolar. São mensagens conflitantes, que não ajudam a convencer sobre a seriedade do momento que vivemos em Santa Catarina. O Estado teve, nos últimos dias, a maior taxa de aceleração de óbitos do país.
Há ainda um outro aspecto a ser observado. Milhares de catarinenses, que atuam no setor de eventos, amargam prejuízos desde março, sem trégua. Ao verem o retorno do futebol, têm a certeza de que há dois pesos, e duas medidas nessa balança.
Disputar campeonato em meio a esse cenário é uma insanidade. Não há minuto de silêncio que amenize essa derrota.
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