Um requerimento apresentado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI) pede que o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), seja convocado pela CPI da Covid. O parlamentar que fez a requisição integra a ‘tropa de choque’ do governo Bolsonaro na Comissão.

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João Rodrigues recebeu a visita do presidente Jair Bolsonaro e tem sido elogiado por ele por ter supostamente dado “liberdade aos médicos” para receitar tratamentos sem eficácia contra a Covid-19.

A convocação do prefeito está incluída entre os requerimentos, feitos pelos senadores governistas, de pessoas que corroboram com o “tratamento precoce”, defendido pelo governo federal.

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Pedidos do Planalto

A lista de convocações está no centro de uma polêmica envolvendo a autoria dos pedidos. O jornal O Globo descobriu que metadados – informações de segurança que ficam ‘ocultas’ nos arquivos eletrônicos – indicam que pelo menos 11 requerimentos feitos por senadores que defendem o governo na CPI foram produzidos no Palácio do Planalto.

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De acordo com a publicação, a ‘assinatura digital’ dos documentos é de Thaís Amaral Moura, assessora especial da Secretaria de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Governo. Esse ‘carimbo digital’ aparece em cinco, de 11 requerimentos feitos por Ciro Nogueira – incluindo o pedido para ouvir João Rodrigues – e em seis, dos sete requerimentos apresentados pelo senador catarinense Jorginho Mello (PL).

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Segundo O Globo, o rastro do está em pedidos de Jorginho para ouvir Bruno Campello de Souza, Francisco Eduardo Cardoso Alves, Nise Yamaguchi, Paulo Mácio Porto de Melo, Roberto Porto de Melo e o procurador-geral de Justiça do Pará, Gilberto Valente Martins. Os requerimentos terão que ser votados pelos membros da Comissão. Se aprovados, os indicados serão chamados a se pronunciar.

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Procurado pela coluna nesta manhã, o senador Jorginho Mello negou que os pedidos tenham sido feitos pelo Palácio do Planalto.

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“Todos foram feitos pela minha assessora técnica, com a minha assinatura”.

Mas disse que não haveria irregularidade em trocar informações com o governo federal.

“Não tem nenhum problema se eu desejar ouvir alguém do governo, até porque sou vice-líder do Governo”, concluiu.

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