A direção do Partido dos Trabalhadores em Itajaí entregou ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) uma notícia crime em que lista prováveis lideranças do acampamento golpista que permaneceu durante mais de dois meses montado em frente à sede da Marinha. No dossiê constam nomes de políticos locais, empresários, um humorista de um canal de extrema direita e uma advogada.

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O relatório afirma que o acampamento ocupou área pública e registrou movimento de carros de som e trio elétrico incitando a não aceitar o resultado da eleição e pedindo intervenção militar – o que é crime. O material leva registros de publicações nas redes sociais, como mensagens de texto e vídeos.

Entre os nomes que constam no dossiê estão dois políticos: Patrick Dauer, que concorreu a deputado federal nas últimas eleições pelo Patriota, e o vereador Rubens Angioletti (Podemos). O PT listou ainda Paulo Souza, parte de um canal de humor de extrema direita que já tem um de seus membros, Bismark Fugazza, com prisão em aberto expedida pelo STF. Também incluiu a advogada Lilian Fontenele – que, segundo a representação, teria pedido doações via PIX e organizado excursões para manifestações golpistas, inclusive a do dia 8 de janeiro, em Brasília. Fontenele é vice-presidente da Comissão de Direitos Imobiliários da OAB de Itajaí.

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Duas outras mulheres, entre elas uma empresária, também estão citadas na representação. O partido pede que as pessoas listadas sejam investigadas como lideranças de atos golpistas pelo Ministério Público de Santa Catarina.

Patrick Dauer se manifestou pelas redes sociais e disse que a acusação do PT é infundada. Ele afirma que participou dos atos “como cidadão” para defender o que acredita.

O vereador Rubens Angioletti diz que não participou de atos no acampamento junto à Marinha, mas de “manifestações nas ruas que são públicas e permitidas”. Afirmou ainda que está à disposição do Ministério Público. “Participei e participarei de todos os atos que eu puder, desde que sejam dentro da lei. Os que fui e participei, em ruas públicas, foram atos democráticos”.

A coluna procurou a advogada Liliane Fontenele no telefone de seu escritório, mas ela não foi localizada. Ao jornal local Diarinho, ela negou que tenha participado de ato antidemocrático e golpista. Disse ainda que não se manifestaria sobre o teor do relatório porque não teve acesso à notícia crime.
O humorista Paulo Souza foi procurado pelas redes sociais, mas não respondeu a contato da coluna.

Esta não é a primeira vez que o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores em Itajaí recorre ao Ministério Público. Em novembro, protocolou uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF) contra os protestos em frente à sede da Marinha do Brasil. A representação argumentou que a manifestação era inconstitucional e atrapalhava o fluxo de trânsito dos veículos que aguardam na fila para utilizar o ferry boat.

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