Relator distribui voto pela absolvição de Seif e provoca reviravolta

A poucas horas da retomada do julgamento do processo que pede a cassação do mandato do senador Jorge Seif (PL), o relator, ministro Floriano Marques, provocou uma reviravolta no caso. Segundo a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, ele distribuiu aos demais ministros o voto que deve ser lido esta noite, em que dá parecer pela absolvição do senador.

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O conteúdo do voto é contrário ao que tinha sido entregue pelo próprio ministro aos demais colegas de toga há poucas semanas, no início do julgamento. Naquele momento, ele tinha um parecer pronto pela cassação do senador.

Ainda segundo Bela Megale, além do conteúdo, outra diferença é que o primeiro voto havia sido distribuído por e-mail. Agora, foi enviado em envelope lacrado, à prova de vazamentos.

Se o voto do relator pela absolvição se confirmar, é possível que o cenário que vinha se desenhando, de um placar apertado, seja ultrapassado por uma vitória mais elástica de Jorge Seif. Há quem aposte, inclusive, em absolvição por unanimidade.

Seif decide acompanhar julgamento no TSE bem longe de Brasília

A mudança nos “ventos” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia sido trazida aqui na coluna logo após o julgamento ter sido adiado pela segunda vez, no dia 16 de abril. O cenário, que era lido como bastante espinhoso para Seif em Brasília, mudou rapidamente.

Primeiro, porque a política é refratária à cassação de um senador da República – o que fez com que mesmo deputados e senadores da base do governo Lula tenham se empenhado em tentar livrar Seif da cassação.

Seif esteve com Alexandre de Moraes antes do julgamento levado por Tarcísio

Outra questão é o desgaste do próprio Judiciário, e a leitura de que o processo de cassação só podem vingar se as provas forem incontroversas. É possível que o caso Seif tenha causado algum ruído na análise do relator.

Por fim, há a repercussão de uma eleição suplementar para senador a esta altura. O TSE e o Supremo Tribunal Federal estão preocupados que uma nova eleição para o Senado, combinada com as eleições municipais, provoque uma verticalização do voto que beneficiará de forma desproporcional o PL.

Até o final do julgamento, no entanto, tudo está em aberto.

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