O presidente Jair Bolsonaro participou de atos antidemocráticos por sete finais de semana seguidos, contrariando as necessárias medidas de isolamento social e os princípios constitucionais. Desperdiçou dinheiro público em sobrevoos de helicóptero, endossou o ataque de manifestantes aos outros poderes.
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A narrativa bolsonarista aproveitou o vácuo deixado nas ruas, por aqueles que respeitam as regras de distanciamento social impostas pelo coronavírus. Numa estratégia que se repetiu por longos dois meses, buscou falar mais alto. Neste domingo, encontrou contraponto.
Desnecessário dizer que o período de pandemia, com o número de mortos chegando aos milhares no Brasil, diariamente, torna o embate das ruas perigoso. As manifestações antifascistas, protagonizadas pelas torcidas organizadas, ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro, duas das cidades brasileiras onde o novo coronavírus atinge níveis alarmantes.
Muitos dos manifestantes pela democracia não usavam máscaras e não seguiram as regras de distanciamento social. Colocaram-se em risco. Uma exposição que foi provocada pelas atitudes do próprio presidente da República, conivente com os delírios golpistas de seus filhos e de parte de seus apoiadores.
Bolsonaro vem subindo o tom desde a operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes como parte do inquérito das fake news. Chegou a dizer que “acabou”, sem explicar o que. A democracia? O Supremo?
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São essas afirmações que incendeiam os apoiadores mais fiéis ao presidente, e que alimentam os arroubos autoritários de quem quer enterrar a democracia brasileira em nome do que chamam de “liberdade de expressão" – na prática, o ataque inconstitucional às instituições.
Some-se aos delírios antidemocráticos bolsonaristas a crise econômica, que chegou muito antes do coronavírus ao Brasil. O desemprego, o mirrado auxílio de R$ 600 – que seria de R$ 200, pela proposta do governo. A defesa insistente de medicamentos sem eficácia comprovada, que podem colocar em risco a saúde dos brasileiros. A falta de empatia pelas milhares de vidas perdidas. Está feita a conjunção de fatores que movimetou os protestos contra o presidente neste domingo.
Bolsonaro criou o ambiente para a reação. Em plena pandemia. Sem medir as consequências, agravou as cicatrizes da polarização e colocou apoiadores e críticos sob grave risco. Enquanto o presidente dá provas de sua pequenez, o Brasil corre perigo de aprofundar o caos.
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