Assim que venceu as eleições, Jorginho Mello (PL) disse que anunciaria os secretários no dia 1º de dezembro, próxima quinta-feira – antes disso, “nem sob tortura”. A data está chegando, mas a divulgação não deve contemplar todo o colegiado de uma só vez. A tendência é que sejam conhecidos, no máximo, cinco secretários que integrarão o novo governo nesta semana.
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Na lista estarão a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania), que será confirmada no comando da Saúde, e Aristides Cimadon, atual presidente do sistema Acafe, que deverá ser anunciado como o próximo secretário de Educação.
Há expectativa ainda de que o coordenador do grupo de transição, Moisés Diersmann, ex-prefeito de Luzerna, seja nomeado secretário por Jorginho. A principal pasta cotada para ele é a Administração. Moisés é um dos nomes de confiança do futuro governador, assim como o filho de Jorginho, Filipe Mello – braço direito e articulador político.
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Jorginho já havia, inclusive, feito consultas sobre eventuais impedimentos legais para que Filipe assuma um cargo no primeiro escalão. Foi informado que não há vedação jurídica, o que aumenta a possibilidade de que a nomeação ocorra logo na largada. Filipe é visto como o homem-forte do futuro governo Jorginho.
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O ex-deputado Valdir Colatto – ex-MDB, hoje no PL – é um dos nomes cotados para a Agricultura e, por fim, há ainda a possibilidade da vice-governadora eleita, Marilisa Boehm, assumir uma pasta no governo, ligada à área social. Seria um aceno a Joinville, base da vice, e cidade onde Jorginho fez votação recorde.
As nomeações ocorrerão a conta-gotas porque o governador eleito segue negociando os nomes. A principal interlocução é com as entidades de classe, como Fiesc, Sebrae, sindicatos e cooperativas. São setores que estiveram próximos de Jorginho Mello durante o mandato de senador, e que têm recebido atenção especial na composição do colegiado.
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Não por acaso, o Pronampe e o MEI Caminhoneiro foram os dois projetos que Jorginho destacou nesta segunda-feira (28) no discurso de despedida do Senado. A relação com o empresariado é a marca que quis deixar em Brasília, e que Jorginho pretende imprimir no novo governo.
Mas há também o componente político. E aí entram as negociações para a eleição da Mesa Diretora da Alesc. Um dos partidos que desponta na possibilidade de composição com o governo é o MDB.
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Ao longo dos últimos dias, surgiram nomes como os de Antídio Lunelli, Carlos Chiodini e Volnei Weber como possíveis secretários. E as indicações incluiriam pastas “pesadas”, como Desenvolvimento Econômico – que deve mudar de nome – e Infraestrutura. Até mesmo o nome do atual presidente da Alesc, deputado Moacir Sopelsa, tem sido ventilado depois que ele se reuniu a portas fechadas com o futuro governador na Assembleia.
Por enquanto, o que chama atenção é a ausência de bolsonaristas-raiz no governo em formação. As informações de bastidor dão conta de que Jorginho está montando o colegiado por conta própria. Tem ouvido os diferentes grupos que integram o PL – o que inclui a ala ideológica – mas dará a própria cara ao governo.