O TSE acena com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), o grande “cabo eleitoral” da direita brasileira. O cenário abre espaço para especulações sobre quem herdará o espólio político do ex-presidente. E se isso será possível. 

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Bolsonaro possui o que tenho chamado de “toque de Midas”. É capaz de provocar ondas que carregam – e elegem – quem está por perto. Um exemplo local é o senador Jorge Seif (PL), que ultrapassou veteranos como Raimundo Colombo (PSD) e Dário Berger (PSB) em sua primeira incursão nas urnas.  

Os dois principais candidatos a sucessor de Bolsonaro são, nesta ordem, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Ambos são muito próximos do governador Jorginho Mello (PL). Fala-se, inclusive, na hipótese de Tarcísio migrar para o PL.

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Também aparecem na lista o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL). E há quem aposte que Bolsonaro poderá lançar um dos filhos mais velhos como herdeiro político. A conferir. 

O fato é que nenhum dos nomes que apareceram até agora aparenta ter o mesmo “poder de fogo” para eleger aliados que Bolsonaro. E isso pode mexer com as estruturas do poder, especialmente em um estado majoritariamente bolsonarista, como é Santa Catarina.  

Com Bolsonaro inelegível, para onde vai a direita

Tudo dependerá de que Bolsonaro sairá desse processo no TSE. O ex-presidente pode ser fortalecido, se conseguir “colar” a narrativa de que foi injustiçado. Mas é preciso considerar que um líder fora do jogo eleitoral não é o mesmo que um líder elegível.

Até que ponto o bolsonarismo continuará atrelado a Bolsonaro, e se caminhará com as próprias pernas, são questões que devem se apresentar pela frente. As alternativas que se apresentarem seguirão o estilo e as pautas do ex-presidente, ou tentarão se encaixar numa “direita moderada”? O eleitor aprovaria?

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Como já citei em colunas anteriores, em Santa Catarina há grande expectativa de que o ex-presidente carregue uma nova onda, a bordo do número 22, nas eleições municipais. Na avaliação do PL, mesmo inelegível, Bolsonaro muda o jogo.