O melhor recado que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, poderia trazer a Santa Catarina nesta sexta-feira (18) em que visita hospitais e inaugura uma UPA no Sul do Estado seria atestar a segurança e a eficácia da vacina infantil contra Covid-19. Em parte graças aos obstáculos que foram impostos pelo Ministério na aprovação das vacinas, e também a falas truncadas do próprio ministro, a campanha de vacinação custa a ganhar ritmo e expõe crianças a uma doença fatal.
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Até agora, Santa Catarina aplicou 145.661 doses em crianças de 5 a 11 anos. Já recebeu mais de 500 mil do Ministério da Saúde. O Estado está muito abaixo da meta, com 22,6% das crianças dessa faixa etária vacinadas.
Os pais têm sido bombardeados com uma campanha de desinformação e fake news, que provoca insegurança e faz com que muitas famílias desistam de vacinar seus filhos. Seria fundamental que o Ministério da Saúde fizesse campanhas de esclarecimento e tranquilizasse pais e responsáveis. Mas, ao contrário, o ministro continua fazendo falas ambíguas quando o assunto é a vacina infantil. Num dia, diz que as crianças precisam ser vacinadas. Em outro, sugere que os pais levem os filhos ao médico antes de receberem a dose.
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Os recados truncados de Queiroga retratam a covardia de quem sacrifica o jaleco e a ciência para se lançar a uma carreira política surfando na vertente mais radical do bolsonarismo. O resultado da campanha de vacinação boicotada pelo próprio Ministério da Saúde começam a aparecer: o Brasil, um país que tradicionalmente sempre aderiu às campanhas de imunização, vacina crianças contra Covid três vezes mais devagar do que Canadá, Austrália, Argentina e Uruguai.
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Enquanto isso, o número de internações tem aumento significativamente. Cresceram mais de 1000% em SC em fevereiro, considerando leitos de UTI e enfermaria pediátrica.
Uma fala assertiva de Queiroga poderia ajudar e muito a desfazer mitos e inverdades sobre as vacinas infantis. Seria um favor a Santa Catarina. Mas, para que isso ocorresse, o médico Queiroga deveria ter deixado o político em casa.
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