O grande vitorioso destas eleições é o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda que não vença no segundo turno para o ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro contrariou os prognósticos, conseguiu eleger alguns dos principais personagens do bolsonarismo e mexer nas bases de sustentação do Congresso Nacional. 

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O “toque de Midas” do presidente da República catapultou nomes como os de Damares Alves, eleita senadora pelo Distrito Federal, do astronauta Marcos Pontes em São Paulo, do ex-ministro Eduardo Pazuello, no Rio de Janeiro, e o de Jorge Seif em Santa Catarina, entre tantos outros. Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, teve três vezes mais votos do que a também ex-ministra Marina Silva. 

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Mas um fenômeno como Bolsonaro, com seu talento peculiar para cabo eleitoral, não se constrói sozinho. Para entender o Brasil que emerge destas eleições, quatro anos após a onda que varreu a política tradicional em 2018, é preciso entender que o país mudou. Não é Bolsonaro quem fez nascer um novo Brasil. É a nova versão do Brasil que abre espaço para a extrema-direita.

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O novo Brasil é um país mais conservador, com mais força das religiões neopentecostais, mais reativo às pautas ideológicas e de costumes do que aquele que surgiu após a redemocratização. Mudaram os valores, mudaram as prioridades. Significa que também mudaram os brasileiros – ou, pelo menos, uma boa parte da sociedade brasileira.

A extrema-direita de Bolsonaro emerge desse caldo e transita ali com facilidade porque foi a primeira, talvez a única, a identificar a tempo esse movimento. Enquanto esquerda, centro, e a direita moderada ignorarem esse novo Brasil, continuará sendo engolida pela onda.

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