O encalhe de um tubarão anequim em Itapema, na manhã desta quarta-feira (6), e os comentários acerca de um eventual risco que a presença do animal poderia representar aos banhistas, levou o pesquisador Jules Soto, curador do Museu Oceanográfico da Univali, em Balneário Piçarras, a explicar que a possibilidade de ser mordido por um tubarão nas praias de Santa Catarina é praticamente nula. Nos últimos 26 anos, segundo ele, apenas dois casos foram relatados no Estado – um na Praia do Estaleiro, em Balneário Camboriú, e outro em Laguna.
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Nenhuma das vítimas se feriu com gravidade, e sequer precisaram de internação. Ambos receberam pontos, e foram liberados. No caso de Balneário Camboriú, o banhista foi mordido por um tubarão mangona, que é raro. Em Laguna, a espécie não foi identificada.
Outros três casos relatados no Estado ocorreram com pescadores que atuam na captura de tubarões, na pesca de espinhel de fundo. Os animais estavam sendo manejados quando conseguiram morder.
Efeito Jaws
— Em 26 anos, apenas dois casos nas praias, considerando milhões de banhistas, é o mesmo que nada. Um número tão ínfimo, que podemos dizer que é mais fácil ser mordido por cães, atacado por abelhas, e até por porcos – diz Soto.
Segundo ele, o medo que desperta a descoberta de um animal como esse na praia tem explicação científica, e até nome: “Efeito Jaws”. O receio do mar, e do que há nele, recebeu essa denominação depois do filme Tubarão, em 1975.
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— A maior defesa do ser humano é correr ou subir em alguma coisa. No mar, não há como fazer nenhuma delas. É um dos únicos lugares no mundo em que o ser humano pode ser predado, por isso gera um medo primitivo – explica Soto.
Para quem prefere se ater à razão, ressalta o pesquisador, não há o que temer.