O consórcio Águas Azuis e a Marinha do Brasil apresentaram nesta segunda-feira (21) o protótipo da praça de máquinas da primeira fragata Classe Tamandaré que será construída em Itajaí. O lançamento, no entanto, foi cercado de sigilo. Apenas militares e autoridades puderam se aproximar da estrutura, que é considerada estratégica para a defesa nacional. As fotos divulgadas são oficiais – uma forma de evitar a propagação de design e tecnologia que serão empregados nos navios militares brasileiros.
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O modelo que serve como base é o dos navios alemães Classe MEKO, que estão presentes em Marinhas de 15 países, entre eles Portugal, Grécia, Austrália, Argentina e Argélia. A embarcação foi adaptada às necessidades da Marinha brasileira, que pela primeira vez terá navios construídos em módulos.
O modelo de verificação lançado nesta terça reproduz em tamanho real parte da estrutura do navio para a fase der testes que antecede o início da fabricação, previsto para setembro deste ano. O comandante da Marinha do Brasil, almirante Almir Garnier, acompanhou o lançamento em Itajaí e destacou a especialização de mão de obra necessária à construção naval militar – o que deve estimular o setor em Santa Catarina. A expectativa é que o Estado se torne um cluster da indústria naval militar.
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– A construção de um navio de guerra desse porte traz uma quantidade de tecnologia muito superior a navios mercantes por especificações técnicas. Construir navios de guerra é muito mais complexo, é uma concentração de sistemas, e isso faz o estaleiro se qualificar em níveis superiores de excelência.
O setor de construção naval em Itajaí e Navegantes está entre os mais sólidos do país, e na última década atuou especialmente com embarcações offshore de apoio á exploração de petróleo e gás – setor que foi devastado com a crise do petróleo e com a Operação Lava Jato. Por isso há grandes expectativas para que a demanda militar resgate o ritmo no setor.
Outro indutor de desenvolvimento é a previsão de transferência de tecnologia. O consórcio Águas Azuis é formado pela empresa alemã thyssenkrupp Marine Systems – dona do projeto das embarcações – em parceria com a Embraer e a Atech. Todas as quatro embarcações que serão construídas em SC deverão ter conteúdo local. O primeiro navio com 30% no mínimo, e 40% para os demais.
A construção das fragatas foi definida pelo governo Michel Temer, em 2017. O contrato com o consórcio Águas Azuis foi formalizado em 2020, e prevê que as embarcações sejam entregues entre 2025 e 2028. Serão investidos quase R$ 10 bilhões pelo governo brasileiro.
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