Os bastidores da reunião entre os representantes do setor de transportes de passageiros em Santa Catarina e o Governo do Estado indicam que chegar a um consenso para reativar o serviço será árduo e difícil. Tornar os ônibus mais seguros para os passageiros demanda investimentos e concessões – o que, por enquanto, torna a retomada inviável.

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Em meio às discussões, chegou-se a levantar hipóteses como a de que o Estado subsidie passagens para compensar a redução na lotação dos ônibus. Ou, então aumentar o valor passagem, o que o Estado não aceita. Um dos participantes da reunião levantou a hipótese de que, com poucos passageiros, o preço poderia chegar a R$ 10 na Grande Florianópolis. Impensável.

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano da Grande Florianópolis (Setuf) negou a informação na manhã desta sexta-feira, por meio da assessoria de imprensa. A entidade afirmou que não há previsão de tal reajuste para viabilizar a retomada.

Medidas como a instalação de placas acrílicas para a separação dos passageiros, por exemplo, não foram bem-vindas devido ao custo que representam.

A manutenção do transporte público é um dos pontos mais delicados da gestão da pandemia. Especialmente no Brasil, onde os ônibus rodam superlotados.

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A escolha de retomar o serviço passa por medidas de precaução. Outros estados, como São Paulo, mantiveram o transporte público ativo. Mas o dilatado número de casos e mortes não é um bom parâmetro para comparação.

Na Europa, alguns países também não pararam totalmente o transporte público. Mas não há como comparar o sistema europeu ao nosso. Em Portugal, por exemplo, as empresas deixaram de validar os bilhetes de ônibus e metrôs para reduzir o contágio – ou seja, podia-se viajar de graça, sem passagem e sem lucro para as prestadoras de serviço.

Em Santa Catarina, uma retomada do transporte de passageiros exigirá planejamento, responsabilidade e concessão.

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