A incerteza sobre a reabertura das fronteiras terrestres no Brasil para os turistas argentinos e uruguaios freou a procura por reservas para a temporada de verão em Santa Catarine e começa a provocar cancelamentos. A um mês do início do fluxo turístico de estrangeiros para o Litoral catarinense, que costuma ser maior a partir da segunda semana de janeiro, o Brasil ainda não deu sinais de que vai alterar as regras que estão em vigor. Hoje, argentinos e uruguaios podem entrar no país de avião – mas não de carro ou ônibus.

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Do ponto de vista do turismo, há duas incoerências nessa regra. A primeira delas é que tanto Argentina quanto Uruguai permitem, desde 1º de novembro, a entrada de turistas brasileiros por via terrestre. Para tanto, exigem comprovante de vacinação (o passaporte da vacina), teste PCR negativo e seguro de saúde. Por reciprocidade, o Brasil poderia fazer o mesmo.

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A segunda questão é que, ao impedir a entrada dos argentinos e uruguaios somente por via terrestre, o governo federal atinge diretamente o fluxo turístico para a região Sul – em especial Santa Catarina, destino favorito dos hermanos. Outros destinos bastante frequentados por argentinos, como Rio de Janeiro e Salvador, por exemplo, demandam viagens aéreas devido à distância e não terão entraves.

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O fluxo de argentinos e uruguaios é fundamental para a economia do Litoral catarinense. Há consenso no setor de que, sem autorização para entrada dos turistas dos países vizinhos, a temporada só terá fôlego até a primeira quinzena de janeiro, período em que os brasileiros viajam mais. Nas semanas seguintes, quem costuma movimentar o turismo em SC são os estrangeiros – e, sem eles, a temporada será mais fraca do que o previsto.

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O assunto foi levado pelo setor à Feira Internacional de Turismo da América Latina (FIT), que termina nesta terça-feira (7) em Buenos Aires, na Argentina. Representantes de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul cobraram um posicionamento do governo a respeito da reabertura das fronteiras terrestres. Há receio de que o cenário atual, com a ameaça de uma nova onda de Covid-19, interdite as discussões.

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A coluna entrou em contato com o Ministério do Turismo, na segunda-feira, e questionou sobre as perspectivas. O ministério direcionou ao Itamaraty, que informou, em nota, que a responsabilidade pelas regras que regulam a entrada de estrangeiros é da Casa Civil, Ministério da Saúde, Infraestrutura, Justiça e Segurança Pública, que assinam as portarias interministeriais sobre o tema. O documento que vale, hoje, é de 27 de novembro.

Vice-líder do governo, o senador Jorginho Mello (PL) diz que há expectativa de que a Anvisa se posicione sobre as fronteiras terrestres nesta quarta-feira (8).

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