Um grupo de mais de 800 profissionais de saúde da Capital assina um pedido de lockdown em Florianópolis, por 14 dias. Entre eles estão médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeutas intensivistas, que atuam na linha de frente de combate à Covid-19.
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O texto chama atenção para o cenário de emergência sanitária em Santa Catarina. Entre os alertas, fala sobre a possibilidade de falta de oxigênio nas unidades de saúde.
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“O oxigênio está a ponto de acabar e já vêm faltando em várias unidades de saúde. Já não conseguimos mais vagas para transferência de pacientes graves das unidades de saúde para os hospitais. Não conseguimos mais suportar tamanho sofrimento que estamos presenciando”.
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O pedido é direcionado à prefeitura da Capital. No ano passado, Florianópolis foi destaque nacional pela adoção de medidas de contenção da pandemia, que eram mais restritivas do que o restante do Estado. No entanto, o entendimento foi de que a falta de adesão de cidades vizinhas fez com que a movimentação ‘migrasse’ para outros municípios, e o prefeito Gean Loureiro (DEM) acabou voltando atrás.
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Parte das prefeituras da Grande Florianópolis não concorda com medidas mais restritivas, o que impede ação regionalizada neste momento. A região é a que mais preocupa o Estado, com absoluto colapso no sistema de saúde. Hospitais da Capital fecharam as emergências, esta semana, por excesso de demanda causada pela Covid-19.
Saúde nega falta de oxigênio
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde contestou a informação de que a demanda coloca em risco os estoques de oxigênio em Santa Catarina: “Embora o consumo de oxigênio seja muito elevado neste momento, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) não identificou falta absoluta em nenhuma unidade hospitalar que possa ter gerado desassistência de paciente. A SES é responsável pela compra e abastecimento de gases medicinais para os hospitais próprios e até o momento não identificou caso de desabastecimento nestes. As prefeituras possuem sistemas próprios de compra. No entanto, como se identificou dificuldade dos municípios em adquirir estes insumos, a SES tomou a iniciativa de realizar uma nova ata de registro de preços para adesão dos entes municipais. Uma solicitação será enviada ao Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) para que os municípios informem as suas necessidades”.
Veja o manifesto
“Nós, profissionais da saúde da rede pública no município de Florianópolis – SC, abaixo assinados, vimos por meio desta, rogar sabedoria aos nossos governantes e políticos. Solicitamos que Florianópolis entre em lockdown imediato por ao menos 14 dias, para redução dos casos e transmissão do vírus!
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A situação em que atualmente estamos, com mais de 400 pessoas em fila de espera para internação em UTI, é intolerável! A cada dia temos novo recorde de mortes. Estamos presenciando a morte de pacientes, amigos e familiares a todo momento, em alguns casos, em situação desumana, sem o contato com a família, sofrendo por falta de ar nos hospitais, UPA’s e Unidades Básicas de Saúde. O oxigênio está a ponto de acabar e já vêm faltando em várias unidades de saúde. Já não conseguimos mais vagas para transferência de pacientes graves das unidades de saúde para os hospitais. Não conseguimos mais suportar tamanho sofrimento que estamos presenciando!
Diante da situação de calamidade pública, expressamos também nosso apoio à iniciativa do Ministério Público, que compreendeu a gravidade da situação e solicita o fechamento das portas dos serviços não essenciais. Somos cientes e solidários aos trabalhadores e empresários de nossa cidade, mas sem vida não há emprego e renda. Não podemos tolerar o processo de seleção natural imposto a quem vive ou morre por Covid 19. Florianópolis precisa parar já. E por isso vimos a público solicitar aos governantes que cumpram seu papel de líderes eleitos pelo povo para resguardar a saúde da população. É preciso interromper a transmissão e aumentar a compra e distribuição da vacina para que mais gente possa ter acesso ao bloqueio da doença”.
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