As associações que representam os produtores de frango em Santa Catarina negaram adesão coordenada, neste momento, à paralisação de vendas do produto nacional para o Carrefour – gigante francesa que anunciou boicote à carne proveniente do Mercosul. A informação foi confirmada à coluna pelo gerente executivo do Sindicarne e da Acav – Associação Catarinense de Avicultura – Jorge Luiz de Lima.
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– Não há movimento coordenado do setor, nem pelas nossas instituições e nem pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Mas me parece que tem havido uma ação de solidariedade – afirmou Lima.
Nesta segunda-feira (25), em entrevista à Folha de S. Paulo, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que os produtores de frango brasileiros estão seguindo o exemplo de produtores de carne bovina e suspendendo as vendas à rede nacional do Carrefour. Os primeiros a suspender as vendas foram as gigantes JBS e Masterboi. No caso das aves, segundo o ministro, a decisão se estende à exportação para a França.
A coluna apurou que a informação do ministro em relação à produção de aves teria vindo de diálogos com CEOs do setor. Nesse caso, é possível que ainda haja repercussão nos próximos dias em SC.
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O impasse iniciou quando o presidente mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou suspensão da compra de carnes provenientes do Mercosul alegando questões sanitárias. Na entrevista à Folha, o ministro Carlos Fávaro disse que a afirmação é “absurda” e que o país preza pela qualidade sanitária da proteína animal.
A decisão do Carrefour seria uma resposta ao acordo com o Mercosul, que deve ampliar a entrada de produto da América do Sul na França. Produtores franceses entendem que serão prejudicados.
No caso do frango, o envio de Santa Catarina para a França é tímido.
– Vendemos frango em cotas para a União Europeia. Temos clientes específicos como Mc Donald´s e KFC, mas não é como em outros locais onde há livre concorrência – diz Lima.
Já a carne suína, que também e amplamente produzida em SC, não tem entrada nos países da União Europeia por proteção ao mercado local.
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A Fiesc emitiu uma nota em que afirma que o argumento da rede varejista é equivocado, que se trata de um “entrave à livre iniciativa”:
“A medida tomada pela rede francesa, que tem operações no Brasil, é especialmente preocupante porque se vale de um argumento equivocado, ao questionar a qualidade dos produtos (…) A produção de proteína animal dos países sul-americanos é exportada aos mercados mais exigentes do mundo, entre eles Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, China e Japão. Isso é uma prova da qualidade e do nível de excelência dos produtos produzidos pelo Mercosul, tornando injustificável a argumentação de que não respeitam critérios e normas do mercado francês”.