Foram tímidas, quase envergonhadas as reações político-institucionais às falas de um presidente que prega golpismo em praça pública. Resumem a falta de espírito democrático que reina na política dos nossos tempos, capaz de enxergar festa cívica e bravata em uma ameaça ao Estado Democrático de Direito que foi proferida sem meias palavras.
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De tanto afrouxar os limites, testados à exaustão pelo presidente da República, a política brasileira já permitiu que a democracia fosse corroída por dentro. A desconfiança foi lançada contra as instituições e contra o sistema eleitoral sem encontrar barreira, exceto no Judiciário. Não teve golpe (pelo menos por enquanto), mas a erosão já aconteceu.
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Bolsonaro se beneficia de um Congresso fisiológico e de uma oposição fragmentada, onde vigora o ressentimento e, em alguns casos, uma certa arrogância – e que encontra dificuldades para se mobilizar em favor da democracia. Em parte, porque o atual presidente da República que dilapida o Brasil é também o adversário preferido de todos os pré-candidatos para 2022. Aquele que, dizem as pesquisas, seria mais facilmente derrotado. Eis mais um equívoco.
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A crença da oposição, de que vale a pena deixar Bolsonaro desgastar-se até outubro de 2022, é uma covardia política e uma jogada de alto risco. Basta olhar para a multidão de apoiadores fanáticos que o bolsonarismo arregimentou. Ademais, para chegar ao ponto de discutir projetos eleitorais é preciso garantir, primeiro, que o país sobreviva até o próximo pleito. Hoje, não há garantias de que isso aconteça.
Só nas últimas semanas, a falta de compromisso da política brasileira com a democracia já garantiu mais dois anos de mandato ao inerte Augusto Aras à frente da Procuradoria Geral da República e por muito pouco não implementou o voto impresso. Eis o beco sem saída em que colocaram o Brasil: a guardiã da nossa jovem e maltratada democracia é uma classe política onde os sagrados valores democráticos estão em falta.
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