A semana é de pauta esvaziada no Congresso Nacional, com licença para os deputados e senadores articularem a última semana de janela de transferências partidárias para eleições municipais – mas, no Judiciário, o clima está fervendo com os julgamentos de dois processos de cassação contra os senadores Sérgio Moro (União-PR) e o catarinense Jorge Seif (PL).
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Embora em instâncias diferentes – o caso de Moro ainda tramita na Justiça Eleitoral estadual, enquanto o de Seif será julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília – os dois casos guardam semelhanças.
A primeira delas é o fato de ambos terem frequentado o círculo íntimo de Jair Bolsonaro (PL). Moro como ministro da Justiça, e Seif como Secretário Nacional de Pesca – um cargo de segundo escalão, mas com status de ministro e de “filho zero-seis”.
Três cenários possíveis para o julgamento de Jorge Seif no TSE
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Eleitos para o Senado, os dois respondem por abuso de poder econômico na campanha eleitoral. No caso de Moro, a denúncia é pelo excesso de gastos decorrente da mudança de rumo: era presidenciável, e decidiu se lançar ao Legislativo.
Seif, por sua vez, foi processado por suposto abuso na utilização de aeronaves e recursos das empresas de Luciano Hang.
Há uma troca de “farpas” nos dois casos. O PL, partido de Seif, é um dos responsáveis pelo processo contra Moro – um resquício de antes do segundo turno das eleições presidenciais, quando ele fez as pazes de vez com Bolsonaro. Já o processo contra Moro é movido pela coligação entre PSD, Patriota e União Brasil – o partido do ex-juiz da Lava Jato.
O que esperar do julgamento de cassação de Jorge Seif no TSE, na quinta-feira
Apesar de algumas semelhanças, da convivência desde os tempos de governo Bolsonaro e do ‘timing”, fontes ouvidas pela coluna garantiram que os processos não aproximaram Seif e Moro. Embora sejam fotografados juntos com relativa frequência no Senado, a relação entre os dois é protocolar e, se trocaram figurinhas sobre as estratégias de defesa, fizeram isso de forma reservada.
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Por fim, uma última convergência: embora não admitam publicamente a hipótese de cassação, tanto Sérgio Moro quanto Jorge Seif traçaram um plano dentro de casa para uma eventual perda de mandato. Querem emplacar os nomes das devidas mulheres para concorrer à vaga. Rosângela Moro é deputada federal por São Paulo. Seif, por sua vez, já pediu ao governador Jorginho Mello (PL) que priorize a indicação de sua mulher, Catiane Seif, que hoje é secretária Adjunta de Turismo.
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