A primeira sessão de depoimentos da CPI dos Respiradores na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), com cinco testemunhas, demorou seis horas para terminar. E trouxe novos questionamentos aos deputados que investigam a compra dos 200 equipamentos por R$ 33 milhões pelo Governo do Estado, com pagamento adiantado.
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O relator, deputado Ivan Naatz (PL), destacou o depoimento do advogado Leandro de Barros, ex-secretário de Saúde de Biguaçu, que é próximo ao ex-chefe da Casa Civil do Governo de Santa Catarina, Douglas Borba.
– Leandro disse que tinha trânsito dentro das secretarias de Saúde, da Casa Civil, da Defesa Civil. Mesmo sem nunca ter feito antes nenhuma negociação com o Estado – afirma o deputado.
O advogado negou essa informação em contato com a coluna. Disse que não teve trânsito na Saúde nem na Casa Civil. Apenas teve contato com a Defesa Civil, por ter participado do processo de contratação do hospital de campanha de Itajaí. Ele ressaltou que essa afirmação consta na gravação do depoimento à CPI.
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Outra informação do depoimento é de que a empresa Veigamed, que vendeu os respiradores, teria proposto ao Estado um pagamento de 50% adiantado, 25% na entrega da primeira parte dos equipamentos, e os outros 25% quando a entrega fosse completa. No entanto, o Estado teria optado por pagar o adiantamento de forma integral.
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Também chamou atenção a afirmação da diretora de Gestão de Licitações e Contratos da Secretaria de Administração, Karen Duarte, de que ficou sabendo da compra de respiradores pela imprensa. Ela disse que o volume de compras da Secretaria de Saúde – mais de mil editais por ano – prejudica o acompanhamento dos processos.
Naatz quer ouvir logo o ex-secretário de Saúde, Helton Zeferino, a servidora afastada da secretaria, Márcia Pauli, e o ex-chefe da Casa Civil, Douglas Borba. Helton e Márcia poderão prestar depoimento na próxima quinta-feira, se o pedido foi acatado pelos demais membros da CPI.
Na próxima terça está prevista a oitiva de mais cinco testemunhas. São quatro servidores, e o responsável legal pela empresa que foi desclassificada na contratação do hospital de campanha de Itajaí.
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