A mudança de governo a partir de janeiro tem provocado um fenômeno curioso na Polícia Rodoviária Federal (PRF), identificada como “a mais bolsonaristas” das polícias. Desde as eleições, policiais com algum destaque na corporação, que ocupam ou já ocuparam cargos de chefia – inclusive em Santa Catarina, onde funciona a universidade de formação da corporação – passaram a limpo as redes sociais e apagaram as referências ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Há caso até de um proeminente policial “influencer” que excluiu o perfil com mais de 100 mil seguidores. E outro de um PRF, ex-ocupante de cargo de chefia, que após uma ostensiva “bolsonarização” nas redes nos últimos quatro anos, foi fotografado “fazendo o L” entre outros colegas.

O “duplo twist carpado” na postura de algumas figuras conhecidas do quadro interno da PRF mira nos futuros cargos do governo Lula – que, por enquanto, ainda não tem um nome anunciado para o comando da PRF. A escolha será estratégica, já que a Polícia Rodoviária Federal ficou bastante identificada com o bolsonarismo.

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Uma das propostas discutidas pela equipe de transição de Lula é que a PRF, assim como a PF, esteja subordinada a uma nova pasta, o Ministério da Segurança Pública, que teria como atribuição uma política pública mais ostensiva para o setor, mudando a maneira como a esquerda é vista em relação à gestão da segurança.