Sem previsão de recursos no governo federal, a prefeitura de Itajaí se prepara para assumir as obras da Via Expressa Portuária, empreitada do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que está paralisada há sete anos. Na época, o 10º Batalhão de Engenharia do Exército abandonou a obra porque o atraso nas desapropriações impedia o avanço dos trabalhos. Desde então, o trecho já executado deteriora a olhos vistos.

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A obra é fundamental para retirar de algumas das principais avenidas de Itajaí o trânsito de cerca de 1,5 mil caminhões-contêineres por dia. Um volume que não só emperra o fluxo na cidade, mas também atravanca a economia de Santa Catarina com um transporte lento e perigoso no caminho até o porto.

O projeto original está orçado em mais de R$ 100 milhões, uma verba que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, já avisou que não tem. A prefeitura propôs um trajeto alternativo, abrindo mão de elevados que encarecem a obra. Uma nova reunião com o Dnit deve ocorrer nos próximos dias – mas não há sinal de que o governo federal vá ceder, mesmo com uma proposta mais modesta.

Como se trata de uma via que liga a BR-101 ao Porto de Itajaí entende-se que a jurisdição é federal, embora o trajeto passe por dentro dos bairros da cidade. A prefeitura precisará de autorização de Brasília para assumir a obra.

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Cronograma

A ideia é licitar primeiro a conclusão do primeiro trecho, até a Avenida Reinaldo Schmithausen, e entregar o trecho até o final do primeiro trimestre de 2020. A segunda fase, para retirar os caminhões da Caninana, deve ser mais demorada. Uma parte da proposta prevê a criação de uma faixa exclusiva para caminhões, em mão inglesa, na Rua Blumenau.

A expectativa do assessor especial da Secretaria de Urbanismo, Auri Pavoni, é que a retirada dos caminhões das vias principais tenha efeito imediato nos índices de acidentes na área urbana de Itajaí.

Desapropriação

Para reiniciar as obras da Via Expressa Portuária, a prefeitura de Itajaí precisa concluir as desapropriações e a realocação de famílias que possuem imóveis irregulares que ainda estão no traçado da via. Ainda faltam 40 famílias, e a previsão é que sejam realocadas em até 90 dias.