As imagens de ondas na superfície de uma piscina, no 30º andar de um edifício em Balneário Camboriú, trouxeram à tona uma “verdade inconveniente”: prédios balançam com o vento. O fenômeno é natural e desejável, de acordo com os especialistas – e todos os edifícios precisam ter algum nível de oscilação, ainda que ela não seja percebida. 

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– Deixar o prédio em pé, que chamamos de estado limite último (ELU), é a parte mais simples (de projetar um edifício). O mais difícil é o conforto, garantir que as pessoas não sintam que o prédio está balançando, ainda que seja um movimento muito pequeno – diz o engenheiro Bruno Franzmann, que atuou em diversos projetos de arranha-céus em Balneário Camboriú. 

O movimento é, basicamente, o que evita que o prédio tenha danos estruturais causados pelo vento, como fissuras. O nível de oscilação é considerado não apenas para projetar a estrutura propriamente dita, mas também para mensurar tubulações e esquadrias. Quanto mais alto o edifício, maior o “balanço”. 

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O fato se torna mais curioso diante dos superlativos que envolvem a construção civil Balneário Camboriú. A cidade tem seis dos prédios residenciais mais altos da América do Sul, de acordo com ranking internacional do site The Skyscraper Center. Ficam na cidade o atual recordista – o Infinity Coast, da construtora FG, que tem em 66 andares e 234 metros de altura – e o futuro líder do ranking – as torres do Yachthouse by Pininfarina, com 81 andares. 

Um projeto que está em fase de análise na prefeitura prevê um prédio ainda mais alto, com 154 andares e 509 metros de altura.

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André Bigarella, diretor de engenharia da FG Empreendimentos, diz que a tecnologia construtiva é um grande diferencial para que os moradores não sintam a oscilação. A construtora tem parceria com empresas que assinam projetos dos maiores arranha-céus no mundo, como em Dubai e nos EUA. 

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Um dos principais investimentos nos projetos de arranha-céus são os estudos de túnel de vento, que ajudam a dimensionar as estruturas. Nesses ensaios, é simulada a atuação do vento em todas as faces e entorno do empreendimento. São quatro objetivos diferentes: calcular a segurança na concepção estrutural, avaliar esforços de vento, conforto estrutural e dimensionamento das esquadrias. No caso da FG, o estudo é realizado por uma empresa inglesa, reconhecida internacionalmente como um dos centros de pesquisas e ensaios mais importantes do mundo.

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Além dos ensaios, algumas tecnologias são inseridas nos projetos para unir oscilação e conforto. No Yachthouse by Pininfarina, da Pasqualotto & GT, por exemplo, dois andares inteiros foram reservados para garantir a estabilidade das torres, que são as maiores em construção na América do Sul. São chamados de andares técnicos, que têm estrutura reforçada e controlam a oscilação para garantir que ela seja imperceptível – mesmo a mais de 270 metros de altura.

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Os projetos dos prédios superaltos consideram, inclusive, características aerodinâmicas que aumentem a segurança e o conforto dos usuários, “direcionando” a força dos ventos. 

– Os arranha-céus são como carros de Fórmula 1. É nesses prédios que são aplicadas as melhores tecnologias, que depois serão adaptadas nas edificações mais baixas – diz Bruno Franzmann. 

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