O congresso que reuniu a cúpula de extrema-direita em Balneário Camboriú neste fim de semana registrou um fenômeno curioso: a infiltração de figuras carimbadas do PSD numa festa que tinha a assinatura do PL. Estiveram no jantar de gala do evento o prefeito de Criciúma, Clesio Salvaro, o pré-candidato Vaguinho Espíndola, o prefeito de São José, Orvino Coelho, e a dupla Leonel Pavan e Juliana Pavan, que disputarão as prefeituras de Camboriú e Balneário Camboriú.
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Os Pavan, aliás, patrocinaram o congresso por meio da construtura da família.
A comunicação do PSD garante que não, mas o objetivo era a cobiçada foto com Jair Bolsonaro (PL). Não funcionou. Orvino posou com Nikolas Ferreira e publicou um vídeo com Eduardo Bolsonaro, que também atendeu Vaguinho e Salvaro. Juliana Pavan posou ao lado de Jair Renan.
Naquela manhã, Bolsonaro havia passeado pela cidade com o pré-candidato do PL em Balneário Camboriú, Peeter Grando, e outros pré-candidatos do partido. O resultado da adesão de Juliana ao congresso foi que partidos de centro-esquerda, como o PDT, que avaliavam apoio, recuaram – pelo menos por enquanto.
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Situação semelhante ocorreu com a disputa em Criciúma. Ricardo Guidi (PL) posou com Bolsonaro. Vaguinho, não. A exceção é o caso de Orvino: ele voltou para casa sem a foto com o ex-presidente, mas a candidata do PL, Adeliana Dal Pont, também não tem.
A insistência do PSD catarinense em colar no bolsonarismo – mesmo sem Bolsonaro – vem da leitura dos marketeiros, de que as pesquisas indicam que é preciso estar com o ex-presidente para uma candidatura competitiva. Só que Bolsonaro tem um acordo com o PL, que lhe deu legenda, casa e um salário polpudo – e, até agora, tem honrado o compromisso de alavancar as candidaturas do próprio partido como cabo eleitoral de luxo.
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Nesse cenário, movimentos como a infiltração no congresso do PL são para convencer o eleitor de que há mais uma opção de voto bolsonarista. O problema é que, num evento como o do fim de semana, os pré-candidatos tentam beliscar um voto que está calcificado. O risco, para as candidaturas do PSD, é acabarem sendo engolidas.