As imagens da Praia Brava lotada neste sábado (20), em Itajaí, um dia antes de começar a valer o decreto que proíbe o acesso aos espaços públicos de lazer, mostram como a região chegou a uma aceleração da pandemia. Já são mais de 1,2 mil casos confirmados de coronavírus, somente em Itajaí – o maior número do Estado – e 24 óbitos. Somados os municípios da microrregião, foram mais de 50 mortes.

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A aglomeração que se viu na areia, durante o dia, repetiu-se à noite, quando os bares da Praia Brava ficaram lotados. A sensação é de que as pessoas não se importam com a possibilidade de adoecerem, ou de transmitirem um vírus para o qual ainda não há vacina nem medicação comprovadamente eficiente. Uma roleta-russa ancorada no negacionismo e em uma absoluta falta de empatia.

Se apelar para a responsabilidade individual não funciona, cabe ao poder público fiscalizar. E, neste ponto, os municípios e o Estado têm falhado. Em Itajaí havia bares atendendo na areia no sábado, instalando cadeiras e guarda-sóis na Praia Brava. Havia restaurantes com fila na porta – o que, aliás, tem se repetido todo fim de semana.

Polícia Militar informou ter feito atendimentos pontuais na Praia Brava
Polícia Militar informou ter feito atendimentos pontuais na Praia Brava (Foto: Fabiano Correia)

Neste domingo, ir à praia está proibido em Itajaí pelo decreto municipal, que vale por tempo indeterminado. Mas os bares estão abertos e o comércio só foi restrito entre 23h e 6h. Horário em que nenhuma loja está aberta. Caminhar na areia está proibido. Na esteira da academia, não.

Balneário Camboriú também emitiu decreto parecido restringindo os espaços públicos. Mas a determinação só vale a partir de segunda-feira. Deve ser para que não atrapalhe o fim de semana de ninguém. A cidade também registrou aglomerações na areia durante o sábado.

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Liberadas pelo Estado a editar medidas mais restritivas, depois que o Governo de Santa Catarina cedeu à pressão e soltou as cordas do isolamento social, as prefeituras titubeiam diante da resistência do setor econômico e da falta de engajamento dos cidadãos. A tarefa é inglória, mas a situação impõe soluções mais efetivas.

O descontrole local da pandemia já reflete na ocupação de leitos de UTI, em hospitais públicos e privados. E por isso pode sufocar, também, a rede de saúde em outros locais no Estado. A característica da região, com forte fluxo turístico e logístico, demanda ação coordenada e urgente.

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