A confirmação de Camboriú na lista das cidades em situação de epidemia de dengue, na última sexta-feira (5), elevou para três o número de municípios catarinenses que estão em condição de epidemia em pleno inverno. Uma situação inusitada, já que uma das características da dengue é a tendência de proliferação da doença durante o verão. Entenda alguns dos motivos para as epidemias "fora de hora".
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Prazo de notificação
O período que decorre entre a suspeita de um caso de dengue, a notificação por parte do município, e a confirmação do caso, pode demorar até 60 dias. Por isso, muitos casos que aparecem nas estatísticas agora, durante o período mais frio do ano, foram diagnosticados e tratados semanas atrás.
Temperatura
O verão se estendeu além do prazo este ano em Santa Catarina. Prova disso é que o pico da dengue ocorreu entre março e abril, quando o normal seria que ocorresse mais cedo, no auge do verão. A influência do fenômeno El Niño ajuda a explicar a variação climática.
Falta de pessoal
As três cidades que tiveram epidemia de dengue registrada, segundo informação da Dive, enfrentaram falta de agentes de endemias – ou seja, tiveram menos servidores do que o necessário para atuar na prevenção da dengue.
Hábitos de risco
Embora as campanhas de conscientização sejam constantes e, na prática, todo mundo saiba quais são os cuidados básicos para evitar a proliferação do mosquito da dengue, falta cuidado especialmente nas residências – onde está o maior número de focos do aedes aegypti no Estado.
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Falta de inseticida
Santa Catarina, como outros estados no país, foi afetada pela falta do inseticida Malathion EW, enviado pelo Ministério da Saúde para o combate à dengue. O produto mata o mosquito aedes aedypti adulto e é usado como prevenção complementar em locais próximos àqueles onde moram ou trabalham pessoas que estão contaminadas, para controlar a proliferação da doença.